Tecnologia e muito trabalho para aliar a implantação das torres de energia do sistema de transmissão Gralha Azul e a preservação de locais importantes nos campos gerais.

O geólogo e doutor em palentologia, Carlos Toledo é quem analisa os vestígios valiosos do passado e que precisam ser resguardados.

“São icnofósseis, que a gente pode observar, que são vestígios de organismos que viveram durante a deposição das rochas”

Carlos Toledo, Geólogo do Sistema de Transmissão Gralha Azul

O Sistema de Transmissão Gralha Azul em cinco dos 27 municípios pelos quais vai passar, também terá pelo caminho um tesouro do estado do Paraná que a escarpa devoniana, uma formação geológica que começou a surfir a pelo menos 350 milhões de anos. E é justamente pesando em preservação que por diversas vezes o traçado final da implementação das torres foi alterado.

“Através de diversar vistorias em campo, vistorias aéreas, sobrevoos de helicópteros, definimos esse traçado com a participação do IAT e do Conselho Estadual do Patrimônio Público Histórico e Artístico. Tem que fazer diversas alterações nas torres e nas linhas para tirar das áreas mais sensíveis da escarpa devoniana.”

Carlo Bruno Nascimento, coordenador socioambiental STGA

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Detalhes importantes como esses, espalhados ao longos das rochas, da escarpa devoniana e muitas outras características, como as dezenas de pequenas cavernas recém encontradas, locais onde vivem morcegos e outros animais que por várias vezes já determinaram alterações no projeto para a implementação das torres do Sistema Gralha Azul.

“O que mais afetou esse traçado da ENGIE, é a ocorrência de algumas cavidades naturais, cavernas, aqui na escarpa devoniana. Os estudos, a prospecção e os estudos biológicos sugerem quem a gente mantenha um perímetro de segurança conforme toda as leis que a gente precisa de preservação ambiental. Por conta disso, houve alteração do traçado para preservar, não só o patrimônio paleontológico, mas também o patrimônio espeleológico.”

Carlos Toledo, Geólogo STGA

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Por isso, tantos estudos, até mesmo com apoio de drones. Estudos que farão com que as torres passem longe de outras áreas valiosas na apa da escarpa (Área de Proteção Ambiental localizada na porção leste do estado do Paraná), nos Campos Gerais.

O Sistema Gralha Azul passará há sete quilômetro do Parque Nacional Vilha Velha. As linhas ficarão distantes do Canyon Guartela e do Parque dos Campos Gerais. Torres também estarão afastadas da Cachoeira do Panelão.

“Nós utilizamos torres mais altas, que a gente consegue afastar mais as torres e usar menos torres nesse cenário. Nós temos, por exemplo, na escarpa devoniana o maior vão entre as nossas torres. Nós temos torres que estão distantes um quilômetro uma da outra, permitindo que a vegetação entre essas torres permaneça intocada.”

Carlo Bruno Nascimento, coordenador socioambiental STGA

Há muito do que preservar por toda a escarpa, e se a modernidade chega, melhorando a distribuição de energia pensando também na preservação deste patrimônio, melhor para todos, olhar assim ao futuro.

2 mar 2021, às 11h30. Atualizado em: 4 mar 2021 às 11h05.
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