Crianças aprendem a lidar com smartphones antes de começar a falar

Foto: Thomas Quinn, Pixabay

Pesquisa inglesa feita com 2 mil pais aponta que seus filhos seriam melhores com gadgets que amarrando sapatos

O uso da tecnologia vem crescendo cada vez mais e sendo inserido na vida das pessoas desde sua infância. A afirmação advém de uma pesquisa feita pela Lenstore, empresa especializada em ótica em Londres, na Inglaterra. Segundo a empresa, a tecnologia está amplamente inserida na educação infantil, já que as crianças estão aprendendo a usar os smartphones antes mesmo de começar a falar.

A pesquisa, feita com 2 mil pais londrinos, apontou que as crianças, na visão de seus pais, se mostravam mais seguras manuseando um smartphone ou tablet do que realizando tarefas simples como ler, amarrar os cadarços dos calçados ou simplesmente dizer as horas.

Os pais pesquisados tinham filhos entre 2 e 16 anos. 

Eles responderam o que os filhos faziam com mais segurança. As respostas deram o seguinte resultado:

Andar de bicicleta: 60%
Manusear um tablet: 59%
Mexer no celular: 57%
Ler: 57%
Amarrar os sapatos: 53%
Nadar: 52%
Dizer as horas: 49%

As crianças inglesas de 2 a 4 anos da pesquisa, segundo as respostas dos seus pais, usam aparelhos digitais 5,12 horas por dia. Nas idades de 8 a 10 anos, esse uso é de 9,8 horas dia. Entre os adolescentes de 14 a 16 anos, 9,48 horas. 

O uso dos pais, de 12,52 horas em média, supera o dos filhos.

Luz que inibe o sono

O uso dos gadgets e também o impacto do uso dessas tecnologias no comportamento das crianças expõe a importância da participação mais ativa dos pais no processo de educação infantil. O debate acerca do assunto, no entanto, está longe de ser apenas comportamental. Segundo os especialistas em ótica, médicos e profissionais da área de saúde, a exposição das crianças às recorrentes telas desses gadgets impacta na própria saúde da criança.

Um dos maiores exemplos usados é a utilização de celular ou tablet antes de dormir. Mesmo para os adultos, as telas desses aparelhos emitem uma luz azulada que pode inibir o sono, fazendo com que o cérebro da pessoa receba estímulos para realizar tarefas complexas, enquanto, na verdade, deveria estar se preparando para um longo período de repouso.

Este mesmo impacto também está presente nas crianças, com o agravante de que a visão delas é ainda mais sensível e está passando por um processo de formação. Isso significa que o uso recorrente dessas telas pode gerar problemas futuros na visão da criança, tornando a necessidade de correções como óculos e lentes ainda mais precoce.

16 dez 2016, às 00h00.
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