por Daniela Borsuk
com informações de Tiago Silva, da RIC Record TV Curitiba

A mulher suspeita de ser a chefe de uma organização criminosa e que foi presa na manhã desta sexta-feira (12) em Matinhos, no Litoral do Paraná, trata-se de Camila Marodin, viúva de Ricardo Marodin, o homem que foi morto no aniversário do filho no último domingo (7). Desde o assassinato do marido, Camila afirmava que o homem não tinha envolvimento com a criminalidade e que acreditava que o homicídio estava relacionado com um desacerto comercial. No entanto, Camila foi detida por tráfico de drogas em uma megaoperação da Polícia Militar, que investigava a quadrilha há cerca de um ano.

Conforme o Coronel Barroso, da Polícia Militar, a operação já estava programada, mas foi adiantada para hoje devido ao assassinato de Ricardo, em Pinhais, e de outros dois homens, o ex-policial militar Thiago Cesar Carvalho e Guilherme Antônio da Costa, executados no bairro Cajuru, em Curitiba, e que podem ter envolvimento com o caso.

“A Polícia Militar desencadeou, na manhã de hoje, a operação Ostentação, que vem de um levantamento, investigações e acompanhamentos há cerca de um ano já de trabalho pelo serviço de inteligência da PM. Então foi diante desse levantamento constatado nos assentamentos financeiros, na conta da Camila, mais de R$ 1,3 milhão. […] Havia ainda o registro em seu nome do recebimento do benefício Bolsa Auxílio do Governo Federal no valor de pouco mais de R$ 600.”

explicou o coronel.

A operação identificou que Camila ocupava uma posição de liderança na quadrilha de tráfico de drogas. Em sua conta bancária, foram encontrados cerca de R$ 1,3 milhão, dinheiro que foi bloqueado pela Justiça. Ainda, a viúva de Ricardo recebia R$ 600 como benefício do Governo Federal. Nesta manhã, a Polícia Militar foi até a residência de Camila, em Pinhais, para cumprir o mandado de prisão contra ela, mas a mulher não estava na casa. A equipe recebeu uma informação de que ela estava voltando de Matinhos, no Litoral do Paraná, e fez um bloqueio no pedágio para deter a suspeita.

A mulher foi encontrada viajando ao lado de um homem. Ao ser questionada sobre uma pistola, que a PM suspeitava que estava em sua posse, Camila confessou que havia enterrado o armamento no terreno da casa da mãe, no Litoral. A pistola foi localizada no endereço repassado pela mulher e apreendida. Camila foi detida e levada até o Batalhão da PM, onde alegou que estava passando mal. Uma ambulância foi acionada para prestar atendimento à suspeita. Se for necessário, ela será encaminhada com escolta para uma unidade de saúde e, em seguida, deve ser levada para a delegacia de Polícia Civil de Pinhais.

Operação Ostentação

A Justiça autorizou o bloqueio do dinheiro que estava na conta de Camila, além de 13 imóveis – avaliados, ao todo, em R$ 3 milhões – que estavam no nome de laranjas, mas que a polícia suspeita de que sejam de posse da quadrilha, entre eles imóveis de alto padrão. Mais cinco carros de luxo – dois Audis, um Honda, um Camaro e um Porsche – e também uma moto, foram apreendidos.

A polícia encontrou também 39 armas, a maioria delas com um armeiro conhecido por fazer reparos em armamentos, mas que estava com armas irregulares. Ainda, em dinheiro, foram apreendidos ao todo R$ 120 mil. As investigações apontam que os carros e imóveis eram usados para canalizar os valores obtidos ilegalmente com o tráfico de drogas.

Durante a operação, que contou com mais de 40 mandados judiciais, houve um confronto em Piraquara e um suspeito morreu. O indivíduo, que tinha passagens criminais e era suspeito de participação em associação criminosa, reagiu à abordagem dos policiais e acabou baleado.

Morte de Ricardo Marodin

Ricardo Marodin foi assassinado a tiros no final da festa de aniversário do filho de quatro anos, que estava sendo realizado em um buffet infantil em Pinhais. Quatro suspeitos fortemente armados chegaram em um carro modelo Voyage prata, surpreenderam Marodin – que segundo Camila estava do lado de fora guardando coisas no carro – e fizeram diversos disparos contra a vítima. Marodin não resistiu aos ferimentos e morreu no local, no domingo (7).

Na manhã de quarta-feira (10), dois homens, Thiago Cesar Carvalho, que era ex-policial militar, e Guilherme Antônio da Costa, foram mortos a tiros e estavam em um carro do mesmo modelo e cor do veículo usado no assassinato de Marodin, um Voyage prata. O delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Tito Barichello, afirmou que os crimes podem ter relação, já que as vítimas Ricardo e Thiago se conheciam.

Os casos seguem sendo investigados.

12 nov 2021, às 13h19.
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