por Daniela Borsuk
com informações de Thais Travençoli, da RICtv

O homem que passou a mão em uma menina de oito anos no Centro de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, se apresentou na delegacia nesta quarta-feira (8) e, em depoimento, disse que o caso se tratou de uma “brincadeira de mau gosto”. Segundo o homem, ele não tinha intenções sexuais ao abusar da criança dentro de uma loja de variedades.

O homem conversou com a Polícia Civil por cerca de 50 minutos e não respondeu à maioria das perguntas da delegada responsável pelo caso, Waleska Martins, da Delegacia da Mulher de São José dos Pinhais. O suspeito será indiciado por estupro de vulnerável.

“O registro que ele pediu para fazer constar no interrogatório é que teria sido uma brincadeira de mau gosto, que a intenção dele não teria sido lasciva. Pela Polícia Civil, o crime de estupro de vulnerável está configurado. Você colocar a mão em uma criança, passar a mão, tocar em uma criança é crime, configura o crime de estupro de vulnerável, que é o crime pelo qual ele está respondendo, que está sendo investigado”,

explicou a delegada.

Waleska informou ainda que acredita que o homem, que é morador da capital paranaense, tenha ido até a cidade somente para cometer o crime. “A conclusão que a gente chegou foi que ele veio para a cidade para cometer esse crime. Ele não tem vínculo com a cidade de São José dos Pinhais. Ele mora em Curitiba, ele veio na data, no dia 3, para praticar esse crime”, pontuou a delegada. “Ele demonstrou arrependimento, mas assim, ele não quis responder, não quis esclarecer muitos dos nossos questionamentos”, finalizou.

Veja o vídeo do momento do abuso:

Após a divulgação do caso do abuso sexual contra a criança, outras vítimas apareceram. Uma delas é uma mulher, hoje adulta, que relatou que foi abusada há 30 anos, quando o homem morava na área rural de uma cidade do interior de São Paulo. A mãe da criança de São José dos Pinhais ficou revoltada pelo homem ter sido ouvido e liberado e não ter ficado preso. Para ela, o suspeito pode voltar a cometer esse tipo de crime estando solto.

“Eu sei que a Justiça está atrás, que provavelmente vai sair uma ordem de prisão para ele, que é o que a gente espera, mas esse fato de ser apenas uma conversa de 50 minutos é revoltante. Assim como foi o ato, é inaceitável ele ter saído pela porta da frente da delegacia apenas com o depoimento de primeira mão”,

desabafou a mãe.

Ainda, a mãe contou que a menina está bastante abalada com o crime, registrado no dia 3 de dezembro. Após a denúncia, a família resolveu passar uns dias distante, em uma chácara, mas ao voltar percebeu que a criança ainda está mexida com toda a situação.

“Ontem quando nós estávamos vindo para a cidade, chegando na cidade, começou a dar um desespero nessa criança, nessa menininha, que é a minha filha, que é o amor da minha vida. Ela falou assim pra mim ‘mãe, eu tô com medo, eu não posso confiar em mais ninguém, né, mãe, até na nossa família eu tenho que tomar cuidado agora’. E eu falei ‘filha, na nossa família graças a Deus os homens são bons, os homens da nossa família são de honra, a mãe desde pequenininha nunca nenhum homem desrespeitou a mãe’. Ela pegou o travesseirinho e quis colocar no rosto para não reconhecerem ela, porque ela tava com vergonha, tava com medo de alguém perguntar alguma coisa. Ali eu vi o trauma psicológico que ele causou”,

descreveu a mulher.

O inquérito policial deve ser encerrado nos próximos dias e encaminhado para a análise do Ministério Público do Paraná.

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9 dez 2021, às 15h00. Atualizado em: 10 dez 2021 às 08h50.
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