por Giselle Ulbrich
com informações da Polícia Civil

Claudir Lisboa da Silva, o “Marmita”, suspeito de assassinar o servidor público Guilherme Ambrosini, de 32 anos, em Pato Branco, no sudoeste do Paraná, continua internado no Hospital São Lucas, na cidade, sob custódia policial. Ele passou por cirurgia, mas não corre risco de morte. A Polícia Civil já investigava outros dois crimes que podem ter sido cometidos por “Marmita” e que demonstram traços de psicopatia do criminoso.

“Marmita”, que já tem condenação por roubo, homicídio e estupro, era procurado desde 1º de março, quando rompeu a tornozeleira eletrônica em Curitiba, onde morava na época. Ele tinha saído do sistema prisional em dezembro. Foragido, ele invadia residências desocupadas, de veraneio, se alimentava e usava roupas que encontrava nestes locais. De acordo com a delegada Franciele Alberton, de Pato Branco, o homem cometia estupros de maneira semelhante.

“Sempre com luvas, capuz e touca balaclava, para não deixar rastros, ele escolhia as vítimas, sempre casal, amarrava o rapaz, colocava no porta-malas, levava os dois para onde queria e os atacava”,

detalhou a delegada, ressaltando os traços de psicopatia do suspeito.

suspeito já era investigado e procurado por outros dois estupros na região, em março e abril, cometidos de forma bem parecida com a que aconteceu com Guilherme, que morreu ao tentar defender a namorada de um estupro, no último domingo (12). Apesar do bandido não ter consumado o ato com a namorada de Guilherme, fez coisas com ela que são considerados estupro pela legislação. E ele pode não ter concluído o ato por causa da morte de Guilherme, já que o barulho de tiro logo juntaria polícia no local e ele teve que fugir.

Momento em que caçada foi concluída na mata e polícia localizou o suspeito. Imagens: Divulgação / Polícia Civil

Caçada na mata

Depois da morte do servidor público, “Marmita” passou a se embrenhar em matas para fugir. Sabendo do paradeiro do homem, os policiais civis da Delegacia da Mulher de Pato Branco foram para Clevelândia, cidade vizinha, cumprir o mandado de prisão do suspeito.

“Porém, era um lugar complicado e não tinha como entrar despercebido. Ele viu as equipes e se embrenhou na mata”,

afirmou a delegada.

As equipes então esperaram o amanhecer e seguiram os passos do homem, que, segundo a coordenadora da ação, tinha caminhado a noite toda para tentar escapar da prisão.

“Os policiais refizeram todo o caminho que ele havia percorrido durante a noite e, à tarde, uma equipe nossa, aqui da Delegacia da Mulher, encontrou ele no interior de Pato Branco. Houve troca de tiros e ele fugiu novamente”,

detalhou a delegada.

De quinta-feira (16) até o fim da tarde de sábado (18), as buscas se intensificaram com o apoio das outras forças de segurança. A operação foi coordenada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) e contou com a participação da Polícia Militar do Paraná, das policiais Civil e Militar do estado de Santa Catarina, da Polícia Rodoviária Federal e da Receita Federal. Durante a ação foram utilizados, além das viaturas, helicópteros, cães farejadores e drone equipado com sensor de sensibilidade corporal.

“Conseguimos fazer um cerco na região que ele estava e nos mantivemos lá, mesmo durante a noite. Durante as buscas, localizamos algumas peças de roupas que ele havia usado e, com a ajuda de cães farejadores, o homem foi encontrado e preso“,

contou a delegada.

A pistola 9 milímetros que foi utilizada para matar o servidor Guilherme Ambrosini não foi encontrada. O carregador dela, porém, foi encontrado em Clevelândia, com munições.

“Acreditamos que ele tenha usado esta arma contra as equipes, no confronto, mas a dispensou em seguida”,

afirmou Franciele.
Imagens: Divulgação / Polícia Civil
Imagens: Divulgação / Polícia Civil
Imagens: Divulgação / Polícia Civil

19 jun 2022, às 10h46. Atualizado às 10h53.
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