Suspeito de crime em estação-tubo diz que estava 'defendendo o patrimônio'

Rapaz disse que andava armado para se defender (Foto: RICTV Curitiba)

Jovem de 18 anos demonstrou sangue frio e disse que agiu em legítima defesa

O suspeito de matar o adolescente Pedro Felipe Lopes da Luz, de 16 anos, em uma estação-tubo de Curitiba se apresentou à Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (14). Alan Romero Feijó, de 18 anos, confessou o crime e afirmou que “estava tentando defender a Constituição e o patrimônio”.

Com muita frieza, o rapaz conversou com a imprensa e afirmou agiu em legítima defesa, pois estava sendo agredido por Pedro e por outros estudantes que tentaram entrar no ônibus sem pagar a tarifa. “Eu queria apenas cumprir com o meu dever civil de defender o patrimônio. Eles estavam cometendo um crime”, disse o rapaz.

Ao ser questionado sobre o motivo de andar portando um canivete, o suspeito disse que a região onde ele vive é “muito perigosa”. Depois ainda afirmou que as pessoas tem o “direito civil de ter como se defender”.

O crime aconteceu na sexta-feira (7) e Alan se apresentou à Polícia somente uma semana depois. Ele disse que seguiu orientações de “diversos profissionais jurídicos” e preferiu aguardar. Além disso ele criticou a imprensa a respeito da cobertura do caso. “Eu já estava me preparando para me entregar, mas vocês como mídia divulgaram indevidamente a minha imagem. De modo que agora eu e minha família estamos sofrendo ameaças”, justificou.

Pedro Felipe morreu após ser atingido por quatro golpes de canivete. Ele tentava defender um grupo de amigos que era empurrado do ônibus pelo suspeito. Imagens de câmeras de segurança mostram a confusão.

“Assassino”

Familiares da vítima estavam na delegacia quando o suspeito do crime se apresentou e receberam o rapaz com gritos de “assassino”. O jovem, que tinha o semblante bastante calmo, ficou sério neste momento. Aos jornalistas ele disse que “infelizmente isso (o crime) aconteceu. Não vou negar que aconteceu”. Ao ser lembrado de que Pedro havia pago a tarifa ele reagiu. “Ele pagou a tarifa, mas isso não dava a ele o direito de defender os outros que não haviam pago”, afirmou.

Liberdade

Alan não tinha antecedentes criminais e o prazo para a configuração de flagrante se encerrou 24 horas após o crime. Por estes motivos, de acordo com o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Fábio Amaro, o jovem não ficou preso. “O inquérito será finalizado e ele vai aguardar o julgamento em liberdade”, afirmou Amaro.

O advogado da família da vítima, Jeffrey Chiquini, disse que Alan é um risco para a sociedade e deveria ser preso preventivamente.

O rapaz será indiciado pelo crime de homicídio qualificado tentado e consumado. Se condenado, poderá pegar pena superior a 12 anos de reclusão. A arma apreendida será encaminhada à perícia.

Confira abaixo alguns trechos da entrevista coletiva com o suspeito na reportagem de Tiago Silva para o Balanço Geral:

14 jul 2017, às 00h00.
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