por Daniela Borsuk
com informações de Tiago Silva, da RIC Record TV Curitiba

A Polícia Civil do Paraná já avançou nas investigações que apuram a morte do empresário Ricardo Luis Hortz Marodin, de 30 anos, assassinado na festa de aniversário do filho, uma criança de 4 anos. O caso está sob responsabilidade da delegacia de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, que já identificou um dos quatro suspeitos e o carro usado no homicídio. O crime foi registrado na noite de domingo (7). Até o momento, no entanto, ninguém foi preso.

Conforme as investigações, o carro usado pelos criminosos se trata de um Voyage prata, o mesmo modelo e cor do veículo utilizado para matar um funcionário de Ricardo, conhecido como Gustavinho, há dois anos. Logo após a morte do braço-direito do empresário, Ricardo sofreu um atentado, mas conseguiu escapar dos disparos. Ainda de acordo com a polícia, uma série de assassinatos começou a acontecer na região onde a vítima morava, e a equipe chegou a chamar Ricardo na delegacia para verificar se ele tinha alguma informação sobre os crimes, mas o homem afirmou que não tinha nenhum envolvimento com as situações.

Ricardo já tinha sido detido em 2010 por tráfico de drogas, mas o advogado da família do homem afirmou que ele foi absolvido das acusações. O pai da vítima tem uma passagem recente na polícia por tráfico de drogas, no entanto, a esposa do empresário, de primeiro nome Camila, disse que, desde que conheceu o marido, há 10 anos, o casal levava uma vida honesta.

Ao ser questionada sobre a forma como ganhavam dinheiro – já que ambos ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais – a mulher relatou que a renda vinha da loja de roupas online que ela mantinha e das negociações do marido, que trabalhava com compra e venda de carros, casas e terrenos. Camila acredita que a motivação do crime esteja relacionada a uma negociação mal feita.

De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML) e das perícias realizadas na cena do crime, a vítima foi atingida por 12 tiros de uma arma adaptada para disparar como uma metralhadora. Ao todo, cerca de 40 disparos foram feitos na entrada do salão de festas onde o aniversário acontecia, em Pinhais.

A esposa da vítima ainda relatou que o filho aniversariante chegou a ver o pai sendo morto. “Meus filhos não dormem. Ele falou bem assim: ‘mãe, eu vi o bandido colocando a arma e dando um tiro na barriga do meu pai’. Meu Deus do céu, meus filhos nunca vão esquecer uma coisa dessa”, desabafou ela.

Conforme o relato de Camila, Ricardo era um bom pai e marido, e não tinha relação com o mundo do crime. Porém, há dois boletins de ocorrência de brigas do casal, nos quais a mulher relatou, em fevereiro de 2019 e em agosto de 2021, que o marido a estava ameaçando de morte. Sobre isso, ela contou que foram os vizinhos que chamaram a Polícia Militar e que se tratavam apenas de brigas de casal, que “não vem ao caso”.

Camila ainda contou que o marido estava do lado de fora guardando a cadeirinha de um dos filhos no veículo do casal quando tudo aconteceu. “Ele foi pedir o Uber pra nossa afilhada e pra filha dele…porque ele tem uma filha fora do nosso casamento, de antes da gente se conhecer. Aí ele pegou e foi ver se o Uber tava vindo e guardar a cadeirinha no carro. E nisso eu escutei um monte de disparos. A minha mãe e a minha irmã pensaram que era bexiga. Quando eu vi que não parava, eu empurrei as crianças e falei: ‘corre, gente, que é tiro!’. E eu saí correndo desesperada porque eu não vi ele. Eu saí correndo e falei: ‘Quinho, cadê você, Quinho?’, daí eu vi e ele já tava no chão, morto”, disse. O homicídio durou apenas 14 segundos.

A esposa de Ricardo deve comparecer na delegacia para ajudar nas investigações policiais na quarta-feira (10).

9 nov 2021, às 13h57.
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