Jovem relata ter sofrido assédio e agressão em bar no Centro de Curitiba

Estudante alega ter sido agredida junto com o namorado na noite de sábado (3) (Foto: Reprodução/Facebook)

Estudante e namorado alegam ter sido agredidos na noite de sábado (3). Estabelecimento nega omissão de ajuda e afirma que confusão ocorreu fora do bar

Uma estudante universitária, de 20 anos, alega ter sido assediada e agredida, junto com o namorado, em um bar no Largo da Ordem, na região central de Curitiba. O caso aconteceu por volta das 22h de sábado (3). Por meio das redes sociais, a jovem disse que os seguranças do estabelecimento negaram ajuda ao casal.

Para o gerente do Bar do Alemão, Jorge Tonatto, as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento mostram o momento em que os jovens se esbarraram. Já a suposta agressão, ocorreu fora do bar e não foi registrada pelas câmeras. O gerente afirma que a Polícia Militar (PM) foi chamada e negou omissão de ajuda por parte dos seguranças.

Segundo a estudante, a provocação começou ainda dentro do bar. O suspeito a assediou e esbarrou no casal quando estavam na fila do caixa para pagarem a conta. Segundo ela, a provocação foi ignorada pelos dois. Porém, já na saída, a jovem afirmou que foi xingada pelo suspeito, que começou a bater em seu namorado.

Ela tentou intervir na briga e acertou o suspeito com o guarda-chuva. O homem fugiu após a agressão e a jovem registrou Boletim de Ocorrência (B.O).

Resposta
Nesta segunda-feira (5), o estabelecimento publicou uma nota de esclarecimento no Facebook. Na nota, o bar afirmou que o relato dos funcionários e seguranças corresponde ao que mostram as imagens.

“Vemos um homem saindo do banheiro e segue a mesma direção deles [casal] e tropeça na reclamante do caso, após tropeçar o homem levanta as duas mãos, como se pedisse desculpas – não temos como saber se houve algum diálogo. Logo que eles passam a porta do bar, onde estava localizado um segurança da casa, é possível ver uma confusão generalizada, na qual o segurança tenta apartar a briga”, diz a nota.

Por fim, o bar lamentou o ocorrido e ressaltou que se as inverdades, calúnias ou difamações sobre o local persistirem, o departamento jurídico tomará as medidas judiciais cabíveis o nosso departamento jurídico tomará as medidas judiciais cabíveis.

Confira na íntegra o relato da jovem feito nas redes sociais:

“Pra quem costuma frequentar o BAR DO ALEMÃO NO LARGO DA ORDEM, segue o que houve ontem [sábado]. A gente sempre acha que nunca vai acontecer. A gente sempre acha que isso está longe. Mas quando vê, você virou a vítima de caras nojentos e babacas. Era pra ser uma noite de comemoração de aniversário, era pra ser divertido. Até chegar a hora de ir embora, de pagar a conta e sair, e vir um homem te assediando por trás, você olhar feio com sua amiga e seu namorado e mesmo assim seguir em frente pra não arrumar confusão. Até o homem vir atrás, batendo no seu namorado, você tentar separar e O HOMEM DAR UM SOCO NO SEU ROSTO. Te chamar de p***, de vagabunda e você quebrar um guarda chuva no rosto dele e os seguranças ainda acobertarem o agressor de mulher, defenderem ele e deixarem o filho da p*** ir embora, ameaçando baterem também em você se ”não calar a boca”. É você pedir ajuda pra eles, e esses seguranças e O DONO DO BAR virarem as costas. Ser mulher é isso hoje em dia, é sair pra se divertir e acabar na viatura da policia chorando, fazendo um B.O e escutando que não era possível fazer nada, afinal o agressor tinha fugido. É escutar o covarde dizer que eu estava mentindo, que não havia batido em ninguém. É se arrepender de justo nesse dia não estar com a arma de choque que carrego todos os dias por conta de monstros desse tipo que não tem coragem nem de assumir o que fazem. É saber que nunca apanhou do próprio pai mas levou um soco de um bêbado assediador. É começar a fazer a justiça com as próprias mãos daqui pra frente.

O mundo está cada vez mais nojento. Isso é um recado pra todas as mulheres que costumam frequentar o Largo da Ordem e esse lixo de Bar do Alemão aqui em Curitiba, saibam que todos os seguranças e o dono são apoiadores da famosa cultura do estupro.”

5 set 2016, às 00h00.
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