Delegada cofirma que houve estupro coletivo contra adolescente no Rio

Titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), Cristiana Onorato Bento (Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo)

A responsável pelas investigações afirma que as imagens provam que pelo menos três pessoas estupraram a jovem

A delegada Cristiana Onorato Bento, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) e responsável pela investigação do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Morro da Barão, na zona oeste do Rio, disse não ter dúvidas de que houve realmente um crime de estupro. Segundo ela, as imagens da jovem registradas em vídeo e divulgadas nas redes sociais são provas de que houve estupro praticado por, pelo menos, três pessoas.

EXCLUSIVO: Adolescente vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro fala sobre os momentos de terror nas mãos dos suspeitos

“Houve estupro coletivo, mas quantas pessoas praticaram? Houve estupro, quero descobrir a extensão”, afirmou a delegada, em entrevista coletiva ao lado do chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso e outros policiais que acompanham o caso.

Veloso afirmou que “não há provas tão robustas” de que o crime teria sido cometido por mais de 30 homens, mas que a polícia continua a buscar elementos que possam comprovar o que foi dito pela própria vítima e por um homem que aparece no vídeo divulgado na internet.

A jovem disse para a polícia que foi atacada por 33 homens e que muitos deles estavam armados. A delegada da DCAV disse que, em casos de violência sexual, o depoimento da vítima tem peso muito grande.

“Nos crimes sexuais, a palavra da vítima tem muita importância porque o crime acontece entre quatro paredes. A palavra da vítima tem influência muito maior. Essa menina foi vítima de violência sexual e de divulgação das imagens”, afirmou a delegada.

Segundo a titular da DCAV, o fato de pelo menos um homem ter tocado as partes íntimas da vítima, o que é registrado no vídeo, com a presença de outros dois cúmplices, é a prova de estupro coletivo praticado por pelo menos três.

Compartilhamento das imagens

O Ministério Público Federal abriu procedimento para investigar o compartilhamento do vídeo e imagens da adolescente  vítima de estupro coletivo. Para os procuradores Daniel Prazeres e Paulo Gomes Ferreira Filho, do Grupo de Combate aos Crimes de Divulgação de Pornografia Infanto-juvenil e Racismo na Internet, o crime tem “caráter transnacional”, já que o vídeo foi transmitido por redes sociais como Twitter e Facebook.

Mesmo aqueles que não participaram do estupro, mas compartilharam as imagens, podem responder pelo crime.

30 maio 2016, às 00h00.
Mostrar próximo post
Carregando