por Daniela Borsuk
com informações de Thais Travençoli, da RIC Record TV Curitiba

Uma mulher, de 38 anos, moradora de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, que denunciou o ex-companheiro após ser torturada na própria casa, tem medo de ser morta e está desesperada. A vítima teve que mudar de cidade após fugir de uma tentativa de feminicídio, e teme que o homem a encontre, mesmo tendo uma medida protetiva contra ele. No último episódio de agressões, a mulher foi cortada com um estilete enferrujado, amarrada e furada com chaves de fenda.

De acordo com o relato da mulher, o relacionamento no início parecia ser saudável. O suspeito, de 28 anos, era carinhoso e tratava bem os cinco filhos da mulher – que têm idades entre 4 e 14 anos. O agora ex-casal ficou junto por apenas seis meses, até que as agressões e a tortura foram registradas, no dia 19 de setembro. A vítima ainda contou que nos últimos dois meses da relação o comportamento do então namorado começou a mudar, e ele passou a se mostrar mais violento.

“Ele falou para as crianças irem assistir desenho, foi onde ele trancou a porta, ele tinha duas facas dentro do quarto, daí estilete, chave de fenda, colocou tudo em cima do balcão e foi onde começou a tortura naquele domingo, e continuou domingo a tarde toda. Cortou meu braço, cortou minhas pernas, cortou meu cabelo, furou minha mão com a chave de fenda, aí amarrou uma corda no meu pescoço, toda vez que a resposta que ele queria era que eu não tinha feito nada ele apertava até eu desmaiar. Desmaiei umas três, quatro vezes”,

desabafou a mulher.

Após passar o dia sendo torturada com as ferramentas, a mulher conseguiu fugir com os filhos. “Foi a única chance que eu tive, peguei meus filhos descalça, com a roupa do corpo, as crianças tinham umas que estavam descalça e sem roupa, e corri, fui para a casa da minha vizinha, pedi socorro. De lá eu tive que sair da minha casa e mudar de local, não tenho como voltar”, explicou.

A vítima denunciou o caso para a Polícia Civil, que prendeu o homem por tentativa de feminicídio. Ele passou alguns dias detidos, mas agora já está solto. A mulher destaca que a sensação de insegurança ainda é constante. “Muito medo, tem pessoas me procurando a mando dele. Medo de ele me achar e terminar o que começou”, disse ela.

Depois da separação, a mulher ainda descobriu que o ex-companheiro já tinha passagens na polícia por violência doméstica e que já havia agredido outras mulheres. A vítima contou que o ciúme era tão doentio que o homem chegou a acusá-la que querer se relacionar com o pai dele.

“Ele cismou que eu queria dormir com o pai dele, que eu tinha dormido com o irmão dele… pra ir no mercado, alguma coisa, se eu tivesse que ir, ele tinha que ir junto. E era uma briga quando ia no mercado, em algum lugar, porque [ele dizia] tava olhando para fulano, porque eu já tinha dormido com outro, não sei o que, e era sempre assim”,

disse a mulher.

16 nov 2021, às 15h04.
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