Uma mulher foi morta em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), na madrugada desta quinta-feira (20), quando quatro indivíduos que se identificaram como policiais bateram no portão da casa da vítima e entraram atirando. Lucinéia Souza, de 20 anos, foi assassinada com tiros de fuzil na frente do filho, de 4 anos.

Um amigo que também morava no local com a esposa foi executado com um tiro na cabeça enquanto segurava o filho recém-nascido no colo.“Chegaram em quatro encapuzados, se identificando como policiais, foi aberto a porta e eles já entraram executando”, explicou Job Freitas, superintendente da Polícia Civil de Piraquara.

Mulher morta em Piraquara era testemunha de outro assassinato

O crime desta quinta, aconteceu menos de 6 meses depois do marido de Lucinéia, Michael Roberto Gomes de Souza, de 28 anos, também ser assassinado na frente da criança. Na ocasião, o casal, o filho e a mãe de Michael estavam dentro de um veículo e chegavam para participar de uma festa em São José dos Pinhais, também na RMC, quando foram surpreendidos pelos atiradores.  “Eu vi ele matando meu filho, e meu neto de 4 anos já tinha descido do carro gritando ‘papai, papai”, contou a sogra da jovem morta em Piraquara.

Ainda conforme Freitas, a morte de Lucinéia, provavelmente, tem ligação com a execução de Michael. “No início do ano, em janeiro, foi morta uma pessoa muito ligada a ela e ela presenciou esses fatos, ela e seu filho uma criança de 4 anos. E ela jurou vingança. Pode ter sido uma queima de arquivo”, disse.

Prisão dos suspeitos pela morte do homem em SJP

Em março, após as investigações da Polícia Civil e contribuição de Lucinéia para esclarecer o crime, Everton Nunes Lopes, de 34 anos, e José Roberto da Silva Júnior, de 33 anos, foram presos como possíveis responsáveis pelo homicídio. Ambos eram vizinhos e amigos da vítima. Everton, inclusive, é também padrinho do filho de Michael e Lucinéia.

A mulher pode ter sido morta a mando dos suspeitos pelo morta do marido.

A mulher pode ter sido morta em Piraquara a mando dos suspeitos pelo assassinato do marido. (Foto: Reprodução/RICTV)

Na época, ela chegou a conversar com a equipe da RIC Record TV | Curitiba e disse aos prantos que não se conformava com o fato do marido ter sido morto por um amigo.“O bem mais precioso que eu tinha na minha vida eu dei para ele batizar, era para ser o segundo pai do meu filho. Não entra na minha cabeça. Eles têm filho também. O que passou na cabeça desses caras tirar a vida do meu marido. Meu filho pergunta todo dia ‘cadê meu pai?’”, declarou a mulher que agora foi morta em Piraquara.

De acordo com as investigações, os três teriam envolvimento com atividades ilícitas e teria se desentendido em certo momento. “A vítima detinha já antecedentes criminais. Esses autores eram pessoas extremamente perigosas: envolvidas com roubos, associação criminosa, receptação de veículos. Possivelmente, ocorreu um desacerto entre eles”, pontuou o delegado responsável pelo caso no dia das prisões. 

Ameaças culminaram na morte de mulher em Piraquara

Após a prisão dos suspeitos, conforme a sogra da mulher morta em Piraquara, as duas passaram a ser ameaçada de morte – por bilhetes e telefonemas. “Os dois continuam ameaçando de dentro da prisão. Vieram aqui na minha casa, deram um monte de tiro faz duas semanas. Eu fiz um boletim de ocorrência e nada aconteceu”, contou na manhã desta quinta-feira. 

Mesmo sob ameaças, a família de Michael vendeu único bem que possuía – um terreno com um sobrado em Piraquara – para ter dinheiro e contratar um advogado para ajudar na denúncia contra Everton e José.

A mulher que viu o filho e a nora serem mortos, agora, acredita ser a próxima vítima. “Eu tenho um neto pra cuidar, eu tenho duas filhas de 11 anos que precisam de mim. Eu vejo um carro e já tenho medo, eu sei que eles vão vir me matar. Eles só querem eu agora para acabar com isso” declarou. 

20 jun 2019, às 00h00.
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