O Ministério Público do Paraná ofereceu denúncia contra o réu, Elias Silva Pires, autor dos tiros que vitimou Ailson Augusto Ortiz, durante uma discussão no trânsito na cidade de Cascavel, no Oeste do Paraná, no dia 24 de março.

Segundo o promotor Alex Fadel, a denúncia oferecida foi por homicídio, com três qualificadoras, e também por porte ilegal de arma de fogo.

“ A primeira delas a questão da motivação, o motivo seria fútil, uma ‘entreveira’ no trânsito, a segunda com relação ao recurso que dificultou a defesa da vítima,  e a terceira com relação ao local, bastante gente passando de carro por aquela rua horário movimentado, mais pessoas foram expostas a risco diante da conduta. Além disso, foi denunciado por porte ilegal de arma de fogo, ele teria autorrização para uma certa finalidade, não apra ficar andando pelas ruas com ela municiada.”

Alex Fadel – promotor de justiça

Em relação a legítima defesa, o promotor salienta que os pontos serão esclarecidos durante a instrução probatória, mas acredita que diante das imagens se trata de um homicídio.

“ O MP arrolou oito pessoas, que serão ouvidas perante ao juiz, e diante dos advogados, o réu também será ouvido, para que tudo fique esclarecido, se houve legítima defesa ou não. Em um primeiro momento, pelo menos em um aspecto visual, pelos ângulos que podemos presenciar, efetivamente não houve legítima defesa. O que houve foi uma primeira ação do sujeito tentando  levar as mãos no rosto da vítima, e a vítima se protegendo em relação a isso. São vários ângulos, daí vem a expressão ponto de vista, então em princípio o MP acredita que não houve de forma alguma a legítima defesa.”

Alex Fadel – promotor de justiça

Para o promotor existe a situação do excesso no caso, quando o réu dispara várias vezes contra a vítima e quando Ailson está caído no chão e o atirador tenta manusear a arma para desferir mais disparos.

“Independentemente de quem deu o primeiro tapa, todo o conjunto que nos foi mostrado pelos vídeos, indicam que sim houve um homicídio e não uma legítima defesa.

Alex Fadel – promotor de justiça

O juiz agora recebe a denúncia, ouve as testemunhas, as audiências de instrução e julgamento são marcadas e depois disso é realizada as alegações finais. Após todo esse trâmite, o juiz decide se ele vai para o tribunal do júri, para ser julgado pela comunidade.

O réu pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

Sobre o caso

O crime aconteceu no dia 24 de março na Rua Cuiabá, no Bairro Neva, em Cascavel. Os envolvidos se envolveram em uma discussão de trânsito e na sequencia estacionaram os veículos e acabaram entrando em vias de fato.

Elias Silva Pires sacou uma arma de fogo e disparou contra Ailson Augusto Ortiz. Após o crime o homem embarcou no carro e fugiu do local. Câmeras de segurança nas proximidades de onde aconteceu o crime registraram a situação.

Policiais militares localizaram o carro de Elias em uma casa na região do Bairro Parque São Paulo e um dia depois o autor dos disparos se apresentou na Delegacia de Homicídios acompanhado de seu advogado. A arma utilizada no crime foi apreendida, o homem possui registro CAC (Colecionadores, Atiradores e Caçadores), no entanto, não possui liberação para andar com a pistola calibre .380.

(Foto: redes sociais)
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6 abr 2022, às 16h47. Atualizado às 16h49.
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