por Giselle Ulbrich
com informações de Camila Andrade, da RIC Record TV Curitiba

A Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), de Curitiba, aguarda a chegada de laudos do Instituto de Criminalística, para saber a que velocidade estava o policial militar suspeito de causar a morte de um motoboy no trânsito, na noite desta sexta-feira (23), na CIC, em Curitiba. Conforme um familiar do motoboy que esteve no local do acidente, o velocímetro do carro do policial travou em 120 km/h na batida.

O soldado, que está preso, não quis fazer o teste do bafômetro. Porém os PMs que atenderam a ocorrência prestaram depoimento na Dedetran e relataram os sinais de embriaguez do motorista. Isso foi o suficiente para que o delegado Leonardo Carneiro, titular da Dedetran, autuasse o policial por homicídio doloso, já que, ao ingerir bebida alcóolica e pegar no volante, o motorista assumiu o risco de matar alguém no trânsito.

As quatro mulheres que estavam no carro com o policial também prestaram depoimento na Dedetran. Elas confirmaram que, assim como elas, o motorista também tinha ingerido bebidas alcóolicas e que dirigia em altíssima velocidade, furando sinais vermelhos e passando direto pelas vias preferenciais.

Agora a polícia segue em diligências para conseguir mais testemunhas e imagens de câmeras de segurança, que tenham captado o acidente. A Dedetran esteve no local e constatou que uma empresa bem em frente tem câmeras de monitoramento e que bem provável captaram a pancada. Porém a empresa já estava fechada, não funciona aos sábados e só deve fornecer o circuito na segunda-feira.

O que diz a PM

Por meio de nota, a Polícia Militar do Paraná afirmou que “O policial militar estava de folga no momento do acidente e, portanto, foi feito o devido encaminhamento para a Delegacia de Polícia Civil para os procedimentos de Polícia Judiciária. O policial, a partir de agora, deverá responder a um processo judicial devido ao flagrante lavrado no momento do fato.”

A produção da RIC Record TV perguntou sobre quais medidas o soldado deve responder, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Toque de recolher

Outro fator que pode complicar a vida do policial militar que causou o acidente são as regras sanitárias vigentes. O acidente ocorreu em horário de toque de recolher, no qual as pessoas que não estão atuando em serviços essenciais já devem estar em casa. Nesse período, também é proibida a venda e consumo de bebidas alcóolicas em ambientes públicos.

“Se já em épocas de normalidade a atitude seria incoerente, ainda mais partindo de um servidor público. Pior ainda em períodos de exceção como o que estamos vivendo, quando a gente incentiva que a população fique em casa, não aglomere. Remete à irresponsabilidade do servidor com a situação. Já é grave fato da pessoa beber e dirigir, andar em excesso de velocidade, desrespeitando as leis de trânsito. Pior ainda em época de pandemia”,

lamentou Carneiro, que tem a informação de que o policial saía de uma festa e estava a caminho de outra quando o acidente aconteceu.

O motoboy morto deixou esposa e uma filha de 11 anos.

24 abr 2021, às 12h45. Atualizado às 12h55.
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