Justiça manda soltar PMs acusados de matar homens caídos

O caso aconteceu no dia 30 de março; pouco antes, houve troca de tiros e uma estudante de uma escola próxima morreu (Foto: YouTube, Reprodução)

Um dos policiais também fez, momentos antes, pelo menos um dos disparos que mataram a estudante Maria Eduarda, de 13 anos

A Justiça do Rio mandou soltar nesta quarta-feira, 19, o cabo Fábio de Barros Dias e o sargento David Gomes Centeno. Eles estavam presos pela morte de dois suspeitos em Acari, na zona norte do Rio, em 30 de março. A decisão do juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal do Rio, veio no mesmo despacho em que o magistrado transformou os dois policiais em réus por homicídio doloso (intencional). Assim, os PMs aguardarão o julgamento em liberdade.

O juiz acatou pedido do Ministério Público (MP) que, na segunda-feira, 17, denunciou os policiais por homicídio doloso. Eles foram filmados perto da Escola Jornalista e Escritor Daniel Piza atirando em dois suspeitos que já estavam no chão, baleados e feridos. Na denúncia, contudo, o MP considera que os policiais trabalham em “situação de guerra”.

Um dos policiais, o cabo Dias, foi identificado como autor de pelo menos um dos disparos que atingiram a estudante Maria Eduarda Alves, de 13 anos. Durante uma aula de educação física, a menina foi atingida por vários tiros e morreu. Uma perícia constatou que um dos projéteis no corpo da vítima saiu de uma arma que estava com o policial. O caso ainda está sob investigação.

Os PMs alegaram que dispararam por se sentirem ameaçados pelos dois homens que estavam no chão. Ao lado dos corpos, segundo a Polícia, foram achadas armas. Não é possível, porém, ver nas imagens nada que sugira uma reação dos suspeitos baleados.

Decisão

O magistrado, contudo, impôs restrições aos dois policiais. “Entendo necessária a presença mensal dos acusados em Juízo para controlar suas atividades e condutas durante a fase instrutória. Há, também, imperiosa necessidade, neste período, dos acusados manterem-se afastados de locais públicos, festas, bares e outras atividades sociais aonde venha ocorrer aglomeração de pessoas”, determinou Teixeira.

Dias e Centeno também não poderão manter contato com testemunhas e parentes das vítimas, tampouco se afastar da cidade do Rio. Eles voltarão ao trabalho, mas não poderão realizar policiamento nas ruas, tampouco atuar na área do 41º BPM, onde estavam lotados. Além disso, devem estar em casa antes das 22h.

19 abr 2017, às 00h00.
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