O médico Georges Kotsifas, irmão do prefeito de Maringá, Ulisses Maia, e apontado como autor do atropelamento de dois ciclistas em março deste ano na cidade, não será denunciado pela Polícia Civil pelo crime. De acordo com o relatório do delegado que cuida do caso, as vítimas não quiseram representar contra o médico.

Três atletas estavam treinando na região do Bosque 2 para uma competição. Eles passavam pela Avenida Itororó quando Georges passou por eles, dirigindo um veículo SUV, e se irritou porque achou que os ciclistas estavam atrapalhando o trânsito.

Depois de dizer alguns palavrões, Georges teria atropelado intencionalmente um dos ciclistas. Este atropelamento foi flagrado por uma câmera de segurança. O médico fugiu do local, mas foi localizado em seguida e conduzido à delegacia pela Polícia Militar.

Ele chegou a ser detido, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 3 mil. O médico não realizou o teste do bafômetro.

Médico chegou a ser detido, mas foi liberado após pagamento de fiança | Foto: Redes sociais

Sem denúncia

De acordo com o relatório assinado pelo delegado Fernando Gomes Garbelini, houve dolo na ação do médico, “no caso, visando lesionar a vítima”. Desta forma, segundo o delegado, “a tipificação legal deixa de estar prevista no código de trânsito e passa a ter guarida no Código Penal”, sob o crime de lesão corporal de natureza leve.

Por lei, a denúncia para o crime em questão é condicionada à representação da vítima. No entanto, ambos os ciclistas procuraram a Polícia Civil alguns dias depois do crime e informaram que, como o médico ressarciu os danos materiais provocados pelo acidente, eles afirmaram que não iriam mais representar criminalmente contra Kotsifas.

O delegado encerra o documento reiterando haver indícios de que o médico teria agido com a intenção de lesionar os ciclistas. No entanto, sem a representação das vítimas, “deixo de imputar autoria de crime ao investigado”. O relatório foi encaminhado ao Ministério Público.

6 jul 2022, às 12h48.
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