O Tribunal do Júri condenou Joel Felipe Cardoso pela morte da companheira Anna Silvia Cabral. O crime aconteceu em dezembro de 2012 na cidade de Fernandes Pinheiro, na região dos Campos Gerais do Paraná. De acordo com a sentença do juiz Leonardo Silva Machado, o réu foi condenado por homicídio duplamente qualificado e fraude processual, com pena de 17 anos, 1 mês e 15 dias de prisão.

O júri popular teve início na manhã da última sexta-feira (22) e durou aproximadamente 23 horas. Foram ouvidas testemunhas de defesa e de acusação, houve debate e o réu foi interrogado. Por fim, os jurados definiram pela condenação por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e meio cruel (asfixia), e fraude processual.

Os jurados entenderam que a cadeira de plástico localizada próximo ao corpo da vítima e a corda no pescoço, foram acrescentadas à cena do crime para induzir os peritos ao erro. Um laudo apresentado pela equipe de acusação comprova que Anna Silvia foi assassinada por estrangulamento e não por enforcamento, diferente de como apontou o réu.

Durante o julgamento, a defesa de Joel sustentou a inexistência de suporte probatório mínimo para indicar a autoria do crime e seguiu a linha do suicídio. Além disso, os advogados pediram afastamento de ambas as qualificadoras, declarando que não há materialidade ao crime de fraude processual.

Entretanto, os jurados votaram pela condenação. O advogado que representa a família da  vítima considerou justa a decisão.

“A assistência de acusação, que representa a família de Anna, entende a decisão dos jurados como soberana e justa, esperando que eventual recurso tenha trâmite célere para que o condenado passe logo a cumprir a pena pelo ato covarde praticado”,

declarou Samir Mattar Assad.

O RIC Mais tenta contato com os advogados que representam Joel.

Relembre o caso

morte de Anna Silvia Cabral chocou o estado do Paraná. Na véspera de Natal, no dia 24 de dezembro, a mulher de 34 anos foi encontrada morta. Segundo versão do réu, a vítima estava enforcada embaixo de uma árvore, no quintal da residência onde morava com o companheiro, Joel Cardoso.

A mulher estava com uma corda no pescoço e a princípio o caso foi tratado como suicídio. Joel afirmou que ela se enforcou na árvore, mas nenhuma das testemunhas viu Anna, de fato, pendurada.

“Tocou o celular, e eles (Anna e Joel) usavam juntos o mesmo aparelho, apareceu Anna, pensei ‘é minha filha ligando’. Mas era ele, (Joel) gritando no telefone, dizendo que ela tinha se enforcado, só falou isso e desligou”,

contou a mãe de Anna, Luiza Cabral, em 2016.

Poucos dias após a morte, os pais de Anna entraram em contato com Joel para saber detalhes sobre os bens da mulher. Para surpresa deles, o homem revelou que já havia passado todos os imóveis e outros bens para seu nome.

A partir deste momento, os familiares resolveram fazer uma investigação contratada sobre o caso. Os pais foram uns dos primeiros a desconfiarem que a morte poderia se tratar de um homicídio.

“No momento ficamos sem reação, pois fazia pouco tempo que ela tinha falecido e ele não teve preocupação nenhuma com a morte dela […] A vida que ela estava vivendo, jamais ela praticaria suicídio”,

declarou o pai de Anna em 2016.

Então em nova perícia, foi constatado que Anna Silvia foi estrangulada e não teria morrido enforcada, como Joel afirmava. Desde então, Joel passou a ser tratado como suspeito.

Além disso, vizinhos do casal revelaram que no dia da morte escutaram gritos e pedidos de socorro. O suspeito também foi apontado com histórico de agressões.

25 out 2021, às 12h35.
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