por Redação RIC.com.br
com informações de William Bittar, da RIC Record TV Curitiba

Elizeu de Castro Silva, de 31 anos, preso neste sábado (4) pelo assassinatos de sua esposa Ivanilda de Magalhães de Castro, 32 anos, e do enteado, Renan de Magalhães Ribeiro, de 9 anos, declarou que cometeu o crime durante uma crise de abstinência de drogas. 

Na delegacia de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, Elizeu disse informalmente que estava em privação de drogas quando foi para o quarto, pegou um travesseiro, colocou na esposa e a esfaqueou. Ele não deu detalhes sobre a forma como tirou a vida de Renan, encontrado morto em outro quarto. 

Ao ser indagado sobre a motivação do crime, o assassino confesso disse à equipe da RIC Record TV que não gostaria de falar sobre o assunto. “Isso me traz dor, não quero nem lembrar”, disse Elizeu. 

Elizeu era procurado pela polícia desde a última quarta-feira (1º), dia em que os corpos das vítimas foram encontrados dentro da casa em que a família vivia em Piraquara. Ele foi localizado na manhã deste sábado na Av. Presidente Wenceslau Braz, no bairro Vila Guaíra, em Curitiba.

De acordo com os guardas municipais que realizaram a prisão, ele ficou nervoso ao ver a viatura e mentiu sobre seu nome, na tentativa de não ser descoberto. “Quando ele viu a viatura indo em direção ao local onde ele se encontrava, ele foi para as margens do rio e ficou em uma cabana. A equipe deu voz de abordagem e pediu o nome dele, mas ele deu o nome do irmão, no qual não constava nada”, conta Hostert, da Guarda Municipal. 

O homem que confessou ter assassinado a esposa e o enteado estava um barraco ao lado do rio. (Foto: Divulgação/Guarda Municipal)

Elizeu tem um mandado de prisão preventiva em seu desfavor e deverá ser transferido para uma unidade prisional nas próximas horas. 

Em nota, o advogado Igor Ogar, que representa a família das vítimas, agradeceu a Guarda Municipal pela captura e ressaltou que não acredita na alegação de que o crime tenha sido cometido durante um “surto psicótico”.

“Esse surto que o assassino alega, não existiu. Pois se trata de um surto seletivo, conveniente, pois a si próprio só “pensou” em tirar a própria vida. Sua filha biológica não a matou, embora tenha cometido o crime de abandono de incapaz, deixando a própria filha trancada em casa, onde viveu cenas de um filme de terror, assistindo o irmão e a Mãe, mortos, por mais de 12 horas. Ele não pensa para derramar o sangue alheio. O surto só se faz presente se for para fazer mal a outros. Por qual razão não se entregou? Estava “pensando” em se entregar? Ele sabia muito bem o que fazia, tanto que fugiu. Iria se apresentar quando? Surto psicótico eterno?  Esperamos que ela vá a júri, e a sociedade de Piraquara dê uma resposta severa a altura do crime praticado. Alguém precisa deter esse marginal”, diz parte da manifestação.

Familiares das vítimas e de Elizeu já haviam levantado a possibilidade do uso de drogas estar ligado ao crime brutal. Em depoimento, seu padrasto contou que o enteado é dependente químico, usuário de crack, e várias vezes saiu de casa para usar entorpecentes no bairro Parolin, na capital, e só voltou dias depois. 

Ele inclusive relatou uma situação em que o suspeito abandonou o enteado trancado dentro de um veículo, em um estacionamento no centro de Curitiba, e saiu para usar crack. Na ocasião, a criança precisou ser resgatada por familiares.

Para a Polícia Civil, uma das linhas de investigação é de que Renan possa ter tentado defender a mãe após uma discussão do casal relacionada às drogas. “Havia um desentendimento familiar com relação à isso, com relação às drogas, a esposa tinha até um canal gospel, tinha influência religiosa, e não aturava esse tipo de comportamento dele”, disse o investigador Sérgio Klaar. O investigador ainda relatou que o menino, vendo a discussão acalorada, pode ter tentado intervir.

Os corpos de Ivanilda e de Renan foram encontrados por familiares. Segundo o relato do padrasto de Elizeu, ele e um irmão do suspeito invadiram a residência depois de se depararem com a única sobrevivente – uma menina de dois anos, filha de Elizeu com a vítima – chorando na janela. Ele permaneceu mais de 12h trancada com os cadáveres da mãe e do irmão.

Irmãos de Vany cogitam que ela poderia estar passando por alguma situação no casamento, mas que por ser evangélica e temer a separação, não falou sobre isso com ninguém. Fábio ainda relatou que Vany era uma mãe exemplar e muito religiosa. A mulher tinha um canal no Youtube onde cantava hinos da igreja.

Ainda, o advogado argumenta que familiares já haviam percebido que o menino sofria nas mãos de Elizeu. “Eu acredito que essa pessoa, o Elizeu, ele tem duas faces: uma face de um bom cristão e outra fase oculta de um usuário de drogas, que maltratava essa criança. São as informações que já estão inclusive no inquérito, relatadas pelos familiares.” afirmou Igor Ogar.

4 set 2021, às 15h12. Atualizado em: 27 jul 2023 às 11h07.
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