por Isadora Deip
com informações do Cidade Alerta Paraná e supervisão de Giselle Ulbrich

Mauro Sampietri, condenado por matar e queimar partes do corpo da esposa em uma churrasqueira, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, foi preso nesta quinta-feira (10) na cidade de Corumbá (MS), após ser localizado por uma equipe de Trânsito da Polícia Militar.

Abordado enquanto esperava a atual esposa sair do trabalho, o homem se identificou como “Domênico” e falou que tinha origem italiana, de acordo com informações do Cidade Alerta Paraná. Como os policiais já tinham as informações sobre o carro que ele conduzia, desconfiaram e deram voz de prisão.

Sampietri foi encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia Civil, onde confirmou que matou Claudete Sampietri, de 59 anos na época do crime. O homem deve ser transferido para Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, para cumprir a pena de 21 anos de prisão.

Entenda o caso

Claudete Sampietri foi morta em janeiro de 2017. Ela foi vista com pela última vez com vida na hora do almoço, segundo a versão de Mauro. Na ocasião, ele saiu de casa para levar uma marmita para o filho mais novo dos dois e quando voltou não encontrou mais a esposa. Seu desaparecimento foi registrado na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e, cerca de três dias depois, um tronco foi encontrado em chamas, ao lado de uma quadra de esportes, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Quase dois meses depois, exames, realizados pelo Instituto Médico Legal (IML), confirmaram que se tratava de Claudete. Mauro foi preso no mesmo dia e sempre negou o crime.

Um dos filhos da vítima informou, em depoimento, que só foi comunicado do desaparecimento de sua mãe dois dias depois. “A gente começou a notar que ele não estava muito preocupado em procurar ela”. Para a nora de Claudete, Mauro chegou a afirmar que a jovem deveria esquecer da mulher porque ela não voltaria mais.

“Ele falava assim para mim, para mim esquecer que ela não voltava mais. Ele também tinha muita pressa em vender a casa e ir embora para bem longe. Chegava até me chamar para ir junto”, disse também em depoimento. Três dias após o desaparecimento da esposa, Sampietri contratou uma diarista para limpar o local, mas ela também achou a história estranha.

“Eu senti um cheiro horrível na cozinha, que ele estava queimando uns papéis. Daí, eu perguntei ‘Que cheiro é esse?’, e ele disse ‘São uns ossos que eu estou queimando ali e joguei uns papéis em cima e está queimando’. Que ele tinha assado carne e os ossos estavam lá dentro da churrasqueira. Eu fui lá no quarto dela e comecei a estranhar, estava o celular dela, o relógio, os hidrantes todos que ela gostava. Aí, eu comecei a estranhar ali”,

contou a mulher à Justiça.

A filha do casal também relatou em depoimento que viu manchas de sangue na cozinha e um pano supostamente sujo de sangue de molho em um balde. Durante a audiência de instrução, ela também afirmou que depois do que aconteceu com a mãe, eles desconfiavam que o pai também teria assassinado seu avós paternos, assassinados em 1997, em Campinas, em São Paulo.

“A gente descobriu um lado assim, que agora, ele, provavelmente, tenha matado meu vô e minha vó também”. A mulher ainda lembrou que o avô foi morto a tiros enquanto a avó foi espancada e enforcada com um fio de ferro de passar roupa dentro de casa”.

Mauro e Claudete estava junto há cerca de 30 anos, tinha três filhos e vivia em uma residência no bairro Cajuru, em Curitiba.

Carta encontrada

Meses após a morte da mãe, Gabriel, o filho mais novo limpava a casa quando encontrou uma carta com conteúdo suspeito escondida em um buraco na parede. “Eu estava limpando a casa, ai eu bati com a vassoura e caiu, tinha uma caixa segurando, só que caiu a tampa. Aí, quando eu fui colocar a tampa de volta, eu vi que tinha um pedaço de papel. Aí, eu vi que tinha a carta e um monte de coisas que eu achei. A foto dela, cartão”, explicou o filho na época. A carta dá a atender que a vida de Claudete foi oferecida em um ritual de magia negra. Veja o conteúdo:

“Ei loucura, estou te procurando há mais de um mês. Onde se tá, vamos fazer outro culto. Mas precisamos de outra mulher, mas desta vez ve se trais uma loira. Tem que ser novinha, bem bonita dessa vez em. A velha da outra vez deu muito trabalho. Só serve agora se for nova. Você sabe como faz, leva lá na Holandês, na casa da chácara. Só de noite em, eu tô dormindo. Fica esperta. A velha Claudete deu até televisão. Já sabe, não pisa na bola. Vem falar comigo na chácara ta certo. Já sabe,tem que ser loira e novinha. Até mais, loucura”.

Uma perícia realizada confirmou que a carta não foi escrita por Sampietri.

Mauro passou por júri popular e foi condenado a 21 anos de prisão e multa em regime fechado.

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10 fev 2022, às 21h43. Atualizado em: 11 fev 2022 às 11h31.
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