por Mônica Ferreira
com informações de Tiago Silva, da RICtv, e supervisão de Daniela Borsuk

Os pais da jovem Manuela Queiroz Vicenti, morta após um gravíssimo acidente de trânsito ocorrido no bairro Boqueirão, em Curitiba, falou pela primeira vez após a perda da filha. A jovem, de 19 anos, estava grávida de 6 meses. Há suspeita de que o motorista que causou o acidente estivesse embriagado.

O caso aconteceu no domingo (17) e a vítima veio a óbito na última quinta-feira (21).

“A minha ficha não caiu ainda, eu não sei como estou de pé”,

disse Valdomiro Vicente Filho, pai de Manuela.

A entrevista foi marcada por muita emoção. Abalada, a mãe da vítima, Adriana Queiroz, disse não acreditar no que aconteceu. No dia do acidente, Adriana trocou mensagens com Manuela e tinha medo que a filha pudesse se envolver em algum acidente.

“Nos dois chips de WhatsApp que eu tenho estava falando sobre acidente, sobre desastre no trânsito. Eu ainda estou esperando ela voltar de viagem”,

relatou.

A cena do acidente não sai da cabeça do pai da jovem que, ao ser avisado da colisão, correu para socorrer a filha e a encontrou gravemente ferida. “Minha filha deitada no chão, ela foi arremessada para fora do carro. Ele [o motorista envolvido na colisão] fala que estava devagar, eu cheguei lá e ela estava deitada no chão do lado de fora, chovendo”, contou Valdomiro Vicente Filho, bastante abalado.

“Ele [o motorista] em volta ali simplesmente gesticulando com o braço ‘isso não vai dar nada’ e gesticulava, tanto que ele começou a desacatar os policiais que foi onde prenderam ele. Se ele tivesse tido um minuto de respeito com o que estava acontecendo, mas até disso ele debochou”,

conta Valdomiro.

De acordo com a família, o motorista que teria causado o acidente estava vivendo normalmente enquanto Manuela lutava pela vida. “Na terça-feira, enquanto minha filha estava em uma mesa de cirurgia e estavam tirando o meu neto, ele estava jogando bola, simples assim”, disse o pai da vítima.

A família ainda relatou que o homem, ao descobrir que Manuela havia morrido, ligou para a família oferecendo dinheiro. “Ele teve a cara de pau de perguntar se a gente queria dinheiro. Veio falar de dinheiro depois de tudo o que ele fez”, desabafou Adriana.

(Foto: Reprodução/RICtv)

Depoimento

No dia do acidente, o rapaz foi preso em flagrante, mas foi liberado logo em seguida. De acordo com a equipe da RICtv, o motorista alegou que foi agredido por policiais durante a abordagem.

Na última segunda-feira (25), o delegado Edgar Santana, responsável pelo inquérito, pediu para que o motorista que causou a batida fosse prestar um novo depoimento na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) da Polícia Civil. Porém, o rapaz usou de seu direito de permanecer calado.

O advogado da família contou que vai pedir a prisão preventiva do homem. De acordo com a defesa, o rapaz já teria se envolvido em um outro acidente.

Acidente

Conforme apurou a polícia, o causador do acidente furou a preferencial e atingiu o carro em que estavam Manuela e o companheiro. O namorado da grávida não teve ferimentos graves e recebeu alta hospitalar em seguida.

Já a mulher, que estava no banco do passageiro, justamente onde o carro foi atingido, foi submetida a várias cirurgias. Entretanto, nem ela e nem o bebê sobreviveram.

O condutor não se feriu e teria se recusado a fazer o teste do bafômetro.

“Eu acordo de noite e não é um silêncio, é um vazio muito grande. […] Em momento algum eu desejei fazer mal para esse cara, eu falo isso pela minha filha porque ele tem que pagar pelo que fez e deveria reconhecer o erro”, afirma o pai de Manuela.

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27 abr 2022, às 15h24.
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