Por Eduardo Simões

(Reuters) – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse em entrevista coletiva na noite de quinta-feira que será exigida uma prescrição médica para aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos de idade, e anunciou que foi aberta uma consulta pública para discutir a imunização de crianças, apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizada a aplicação da vacina nesta faixa etária.

“A recomendação nossa é que essa vacina não seja aplicada de forma compulsória, ou seja, depende da vontade dos pais, os pais são livres para levarem seus filhos para tomar essa vacina, de 5 a 11 anos, essa vacina estará vinculada à prescrição médica e a recomendação obedece todas as orientações da Anvisa”, disse Queiroga aos jornalistas.

“Uma vez decidida pela aprovação dessa regra… nós já temos condições de começar essa vacinação dentro de um prazo bastante curto”, afirmou ele, sem detalhar quando a campanha de imunização das crianças poderia começar.

O ministro disse que a aprovação final da vacina pelo ministério –o que é incomum já que cabe à Anvisa atestar a eficácia e segurança das vacinas, o que a agência já fez no caso da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos– deve ocorrer em 5 de janeiro.

“Esse tempo entre a aprovação final, que está marcada para o dia 5, e o início da campanha de vacinação é um tempo suficiente para que as salas de vacinação se preparem para fazer essa vacina para nossas crianças”, afirmou.

“Os pais serão devidamente esclarecidos para que tomem a melhor decisão para seus filhos.”

O ministro disse ainda que a crianças com comorbidade e que convivem com pais que têm comorbidade ou são imunossuprimidos terão prioridade na campanha de vacinação.

Queiroga vem sendo pressionado, inclusive por comunicados públicos de sociedades médicas e científicas, a iniciar a vacinação de crianças contra a Covid com a vacina da Pfizer, após a Anvisa aprovar o imunizante para crianças de 5 a 11 anos no dia 16 de dezembro.

O ministro, no entanto, rebateu recentemente que os posicionamentos das sociedades científicas não pautam as políticas do ministério e, mais cedo na quinta, disse que o número de crianças mortas pela Covid-19 no Brasil até aqui não justificava uma pressa para o início da campanha de vacinação em crianças.

O presidente Jair Bolsonaro questiona frequentemente, e sem base científica, a eficácia das vacinas no combate à pandemia de Covid-19. Quando da aprovação da vacina da Pfizer para crianças pela Anvisa, o presidente disse em sua live semanal que pediria os nomes dos responsáveis pela decisão para divulgá-los. Após isso, cresceu o número de ameaças, inclusive de morte, contra servidores da agência.

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24 dez 2021, às 13h10.
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