Karime Fayad, prefeita de Rio Branco do Sul, cidade da Região Metropolitana de Curitiba, encaminhou a Promotoria de Justiça da cidade um relatório apontando nomes que supostamente teriam furado a fila da vacinação contra a Covid no município. Entre as sete pessoas investigadas, está um núcleo familiar com três pessoas – incluindo um adolescente de 17 anos – que dizem ser funcionários de uma clínica privada de saúde. Os fatos chegaram até o conhecimento público depois de denúncias feitas pela indignação da população.

“Depois que estes nomes vieram até o meu conhecimento, imediatamente determinei a instauração de uma investigação interna para apurar a veracidade das informações que estavam circulando, as quais dão fortes indícios de fraude e irregularidade na fila da vacinação em nosso município”, informou a prefeita nesta terça-feira, 20, durante uma transmissão ao vivo nas mídias sociais.

Neste primeiro momento, estão sob investigação três estabelecimentos privados de saúde, que se enquadram no Plano Estadual de Vacinação, porém as informações por eles repassadas, dos profissionais que fazem parte do quadro funcional destas clínicas de saúde, estão sob suspeita.

“A partir destas denúncias, nossas equipes foram até estes locais averiguar se estes profissionais informados como funcionários, estavam dando expediente nestes estabelecimentos, porém estes trabalhadores não foram encontrados no exercício das suas funções para prestar estes esclarecimentos”, explicou a Prefeita Karime Fayad.

Constatada a ausência no ambiente profissional, a Prefeitura por meio da Secretaria de Saúde e Procuradoria Geral elaborou os apontamentos e encaminhou a Promotoria de Justiça para tomada de providências. “Agora será a justiça que vai dizer se estas pessoas têm ou não direito de receber a 2ª dose”, desabafou a prefeita.

Conforme Karime, há familiares do dono de um jornal local, além de uma família vinculada a uma clínica odontológica da cidade, o que inclui até um adolescente de 17 anos que não tem qualquer fator de risco

Vale esclarecer que para este público alvo receber a vacina, foi necessário responder ao ofício encaminhado pela Secretaria Municipal de Saúde, no qual solicitava a relação de funcionários nas funções definidas nos contratos de trabalho, o qual frisava que quaisquer dados enganosos poderiam gerar penalidades legais.

A Prefeitura Municipal de Rio Branco do Sul aguarda o pronunciamento da Promotoria de Justiça.

O que diz o MP

No fim da tarde, o Ministério Público se pronunciou sobre a denúncia. Segue a nota oficial:

A 1ª Promotoria de Justiça de Rio Branco do Sul recebeu nesta segunda-feira, 19 de abril, ofício da Prefeitura com os documentos relativos à situação mencionada, sendo os mesmos juntados a procedimento já existente na Promotoria de Justiça, que acompanha a ordem de prioridade na vacinação. Agora, será apurada a veracidade das informações e quem são as pessoas envolvidas, que poderão responder na esfera cível e criminal, caso sejam os fatos confirmados.

Assista à transmissão ao vivo da prefeita pelo Facebook (a partir dos 7 minutos de vídeo):

https://ric.com.br/noticias/coronavirus/

20 abr 2021, às 22h04. Atualizado às 22h09.
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