por Redação RIC.com.br
com informações de Daniela Sivieri, da RIC Record TV Curitiba

Cinco semanas após o Balanço Geral Curitiba levar ao ar uma reportagem que mostrava o caso de um acumulador de lixo que transformou a rua em que vivia no bairro Pinheirinho, na capital, em um paraíso das ratazanas, funcionários da Prefeitura Municipal foram até o local, realizaram a limpeza e encaminharam o idoso para atendimento médico. (Assista abaixo)

Foram necessários vários dias para que todo o lixo fosse retirado do quintal e de dentro das duas residências que ficam no terreno. Quase 12 toneladas de lixo e entulho foram levados em caminhões. A quantidade assustou até os profissionais acostumados com esse tipo de serviço. 

“Como foi dito na reportagem [anterior], a gente calcula que foi mesmo há uns 15 anos que ele está juntando tudo isso. Umas três vezes subiu barata na minha colegas, a gente desesperada tirando as baratas dela. A situação é incrível. A gente nunca viu nada desse jeito”,

contou Thaís Quintope. 

A equipe da RIC Record TV acompanhou o segundo dia de trabalho e, com autorização dos trabalhadores, entrou na casa em que o homem vivia. No lugar que ainda não havia sido limpo, pois fica nos fundos e ficou por último, o cenário era tão aterrorizante quanto o visto do lado de fora: montanhas de roupas, móveis, potes com comida, sacos cheios com todo o tipo de objetos, pedaços de madeira, vassouras, tecidos, cobertores, caixas de papelão, insetos e um cheiro nauseante. 

Os vizinhos que anteriormente procuraram a ajuda do programa, com o objetivo de chamar a atenção do poder público, foram pessoalmente presenciar o fim do pesadelo que há muito interferia na vida de todos. Comovida, Ana Maria lembrou que antes do idoso ficar doente e transformar a casa em um lixão a céu aberto, a situação era bem diferente.

“Era uma casa normal, com uma família normal, tinha pessoas normais. Uma casa limpa, a gente se visitava. É uma mistura de alegria com tristeza. Alegria porque você está vendo o resultado da luta de todo mundo, dos vizinhos, da família, dos filhos dele. Mas ao mesmo tempo, é uma coisa deprimente, é muito triste”,

disse Ana Maria, uma das vizinhas. 

Problema de saúde 

A ex-esposa do idoso também acompanhou parte do trabalho da prefeitura. Emocionada, Tereza Rezende declarou não se conformar com a situação do imóvel e de seu ex-companheiro. 

“Eu já chorei porque a minha casa, 42 anos atrás, era um espelho. Os vizinhos são testemunhas. Eu tinha samambaia na lavanderia, que era de metro, ficavam quase até no chão, eu fazia limpeza nelas. Era tudo organizadinho”,

disse Tereza. 

Ainda conforme Tereza, o acúmulo de lixo feito pelo seu então marido foi, inclusive, um dos motivos para o fim do casamento. Entre toda a sujeira, ela encontrou um velho álbum de fotografias e ao mostrar uma imagem do homem desabafou: 

“Olha aqui quando ele era novo. Ele era um homem caprichoso, trabalhador. Eu lembro dele assim, queria que a gente tivesse velhos juntos e assim, mas não deu. Quando eu falei para ele: ‘Pelo amor de Deus, eu não aguento, a qualquer hora nós vamos se separar por causa desse lixo’. Ele me respondeu: ‘Entre o lixo e você. Eu prefiro o lixo’”. 

Agora, com todo o lixo retirado da casa e do terreno, o desejo de todos é para que o idoso receba o tratamento adequado. Tanto para que o imóvel continue limpo, como para que ele viva de forma digna, sem estar cercado de sujeiras, baratas e ratos

“A nossa preocupação é que deem andamento ao tratamento clínico e psicológico dele. Isso é muito importante para que essa situação não continue sendo recorrente”, falou Ana Amélia Estevão. 

Assista à reportagem completa: 

Registrou um flagrante? Mande pro WhatsApp do RIC Mais clicando aqui e faça o portal com a gente!

11 nov 2021, às 15h44. Atualizado em: 14 nov 2021 às 16h09.
Mostrar próximo post
Carregando