por Redação RIC.com.br
com informações de William Bittar, da RICtv

A família de Daniel Diniz Junior, de 58 anos, que morreu em julho deste ano devido a problemas cardíacos após ficar seis dias internado em um hospital da Grande Curitiba, acredita que o homem tenha sofrido maus-tratos na instituição. A suspeita começou quando a esposa de Daniel recebeu, após o falecimento do paciente, um livro de palavras-cruzadas que o homem fazia para passar o tempo. Na contracapa, havia o relato de atitudes hostis por parte da equipe médica.

Conforme os familiares, Daniel começou a passar mal no dia 13 de julho, com fortes dores no peito, e foi levado para uma unidade de pronto atendimento, que diagnosticou que o paciente teve um princípio de infarto. Devido a gravidade da situação, Daniel foi transferido para o hospital no dia 14, onde ficou internado até seu falecimento, no dia 20 de julho.

Durante o período, a esposa e a filha do homem o visitaram no hospital e contaram que tudo parecia estar bem. O choque veio com o relato nas palavras-cruzadas, que só foram descobertas dois dias após a morte de Daniel.

“É muito triste, é deprimente. Você acreditar que o paciente está lá sendo bem cuidado, bem tratado, sem passar por estresse, e ele passou por não sei quanto tempo que aconteceu isso, mas por um momento horrível, muito estressante para ele, muito forte, muito pesado”,

disse a esposa de Daniel, Thais Diniz.

No livro encontrado, Daniel relatou hostilidade por parte da equipe do hospital, afirmando que foi obrigado a tomar banho gelado e impedido de ir ao banheiro. A esposa disse que ficou assustada ao ler o texto do marido. “Eu achei as palavras-cruzadas e fiquei chocada, não acreditei naquilo que eu estava lendo. Era uma coisa assim que era bem dele mesmo, sabe, ele era sempre detalhista, ele fez aquilo ali com certeza para se ele saísse já ter tudo ali, e se ele não saísse ele pensou em deixar para a gente saber”, explicou Thais.

A advogada da família, Maria Teresa, já entrou com um pedido de inquérito policial, e detalhou que Daniel foi, inclusive, chamado de idiota no hospital. “Médica xingando ele de idiota, pedindo para que ele vá embora do hospital porque a presença dele ali é indiferente, porque ele não precisa estar ali, privando ele de fazer suas necessidades, não podia ir no banheiro, não podia escovar os dentes, dando banho gelado nele, tratando ele com agressividade. O objetivo principal é saber se de fato os maus-tratos dele sofridos no hospital foram a causa efetiva da morte”, pontuou a advogada.

Um paciente que ficou internado junto com Daniel conversou com a equipe da RICtv e disse que o homem teve um bate-boca com uma médica, que não teria gostado de algo que ele disse à uma enfermeira. “Mas nossa, dizer que maltratou não, ela falou um monte pra ele. Eu ouvi, eu tava junto do lado dele também ali. Eu tive que ficar olhando porque eu estava em uma situação também que não podia nem me mexer quase, na cama”, contou. Apesar de amenizar o impacto do tratamento da parte médica, o paciente falou sobre atitudes mais agressivas dos funcionários da unidade.

“Hospital sabe como é que é, né? Uma hora tem uma enfermeira que te trata bem, de repente vem uma outra que já não trata muito. Que nem eu, no finalzinho também, eu reclamei para ela [uma enfermeira] que tava doendo e ela falou ‘tá chorando?!’, eu falei ‘é, tô chorando porque não é em você que tão aplicando essa coisa aí, né?”,

expôs o paciente.

A RICtv entrou em contato com o hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, mas a assessoria de imprensa da unidade informou que o caso está sendo analisado pelo departamento jurídico e que, por enquanto, não irá se manifestar.

Atualização

O Hospital Angelina Caron informou que a unidade não recebeu nenhuma notificação judicial sobre a situação até o momento.

Confira a reportagem na íntegra no Balanço Geral:

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4 dez 2021, às 16h08. Atualizado em: 6 dez 2021 às 10h40.
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