Cocaína responde por 20% a 35% dos infartos em jovens

A cocaína é consumida por cerca de 17 milhões de pessoas em todo o mundo (Foto: Pixabay)

Aproximadamente dois terços dos ataques ocorrem em até três horas após o consumo da droga

A cocaína, consumida por cerca de 17 milhões de pessoas em todo o mundo, com idades entre 15 e 64 anos, é responsável por 20% a 35% dos infartos em jovens. Seu uso causa um quarto dos ataques cardíacos em pessoas com idade inferior a 45 anos

De acordo com Ibraim Masciarelli Pinto, cardiologista e presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), substâncias como a cocaína subvertem os sentidos e reduzem a consciência. O médico comenta que, além dos danos sociais e psicológicos, já muito graves, há outros riscos diretos à saúde cardiovascular. “O coração é uma das muitas vítimas tanto das drogas ilícitas como do tabagismo e do abuso das bebidas alcoólicas”.

“Aproximadamente dois terços dos infartos ocorrem em até três horas após o consumo de cocaína, variando de um minuto a quatro dias, e por volta de 25% ocorrem no prazo de 60 minutos”, ressalta o médico.

A cocaína, causadora de milhões de mortes, é uma das mais procuradas pelos jovens. Em 2013, o vocalista Chorão, da banda Charlie Brown Jr., foi encontrado morto pelo excesso do uso de cocaína. O consumo da droga e o coração comprometido foram fatais para o músico.

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Segundo o cardiologista, a pessoa que utiliza cocaína normalmente fuma, o que potencializa o estreitamento da artéria. Ele salienta que a ingestão de álcool potencializa em três vezes mais a ação da droga, formando um composto ativo chamado cocaetileno. “O pior cenário para o coração dá-se com o consumo simultâneo de cocaína e álcool, aumentando em três vezes os riscos de arritmias e ataques cardíacos, que ocorrem em indivíduos jovens, apesar de eles terem poucas ou nenhuma lesão nas coronárias”.

O médico destaca que, independentemente do perfil do paciente com suspeita de infarto, a rapidez em procurar um médico é crucial para evitar sequelas no coração. “A identificação e tratamento do infarto no início pode proporcionar que o coração fique quase completamente saudável”.

Conforme explica Ibraim, o problema toma dimensões maiores quando se considera o fato de muitas vezes o usuário de drogas, principalmente o jovem, não buscar ajuda quando surgem os sintomas, já que não se considera como pertencendo ao grupo de risco para doença cardíaca ou por medo das consequências legais e da exposição social e familiar. Por isso, muitas vezes nega ao médico uso das substâncias proibidas.

Lembrando que o médico sempre guardará absoluto sigilo, o cardiologista afirma ser essencial que o consumo/vício seja relatado na consulta, não só para que o tratamento correto seja adotado, bem como para evitar a prescrição de medicamentos que não devem ser tomados em associação com cocaína e outros narcóticos. “O propósito dos profissionais de saúde é defender a vida. Por isso, jamais denunciam uma pessoa após socorrê-la em caso de uso de drogas ilícitas”.

Ainda de acordo com o médico, a melhor maneira de evitar quaisquer riscos e doenças cardiovasculares é não fazer uso de cocaína e todo tipo de droga. “Além de preservar a saúde mental, escapar do vício ajuda a impedir doenças cardíacas que possam ferir de modo irreversível o coração”.

10 mar 2017, às 00h00.

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