Vida Familiar

por Clarice Ebert
Psicóloga (CRP08/14038) e Terapeuta Familiar

Amor de pai é indispensável

Assim como amor de mãe, o amor de pai é indispensável. Quando um filho nasce, sai de um ventre paradisíaco para se inserir em um mundo novo. Nesse mundo novo e desconhecido, nasce cheio de necessidades e clama por nutrição de afeto e cuidados. Ambos, pai e mãe, são responsáveis por acolher, amar, incluir, prover e cuidar.

Amor de pai não pode ficar na periferia

Nada disso de mãe e filho se fusionarem numa bolha emocional, deixando o pai de fora, como se ele não fizesse parte. Querer reproduzir a bolsa gestacional após o nascimento do filho, numa fusão emocional entre mãe e filho, tende a excluir o pai da relação. Não é bom que seja assim. O amor de pai não pode ficar de fora, ele é necessário e muito bem-vindo. Nem o pai deve se colocar distante como se o filho somente quisesse a mãe nos primeiros meses. Essa ideia é equivocada. Ele não deve se colocar na periferia como se as tarefas que envolvem o cuidado do filho não fossem dele. Um filho que nasce amará a presença e interação também de seu pai.

Amor de pai em parceria com o amor de mãe

O amor de pai em parceria com o amor de mãe é extremamente significativo. As tarefas que envolvem os cuidados dos filhos são inúmeras e se divididas em parceria, facilitam os acordos para a vivência familiar, contribuem para aliviar as sobrecargas e tendem a gerar um clima emocional mais saudável. Um pai que ama e participa, sai do isolamento e da esfera periférica, e entra cem por cento no jogo.

Amor de pai cem por cento

O amor de pai salta aos olhos do filho ao ser cuidado em suas necessidades e ao ser educado para a vida. Um amor de pai cem por cento se resume em presença e dedicação. Não apenas após o banho cheirosinho ou em momentos de lazer ou após o descanso. Amor de pai cem por cento não é ser perfeito, mas é ser responsável. Pais assim sabem que ser pai não é bater um ponto de vez em quando, mas é marcar a sua presença e e estender a sua participação para os turnos da noite, do fim de semana, do feriado e das férias.

O amor de pai merece ser reconhecido

Um pai cem por cento descobre que assim como as fraldas, os brinquedos e os lanches, as conversas fazem parte. E como é bom conversar! Com o olho no olho, os sons da conversa criam conexão, fazem o amor crescer, assim como a harmonia e a compreensão. Conversar em cada dia, por meses anos e décadas. Seja esparramando no colo, debruçando no berço, rolando no chão, jogando e brincando com as madeiras, passeando no carro ou no parque, observando a natureza, avaliando as injustiças sociais, empatizando com necessidades, cumprindo com as tarefas escolares, administrando o dinheiro, organizando planilhas, descobrindo os hormônios, vencendo cursos ou concursos, crescendo, adolescendo ou amadurecendo na vida adulta. Enquanto conversa, o amor de pai gera segurança e confiança. Seja biológico ou adotivo, imperfeito ou perfectível, o amor de pai merece ser reconhecido e valorizado.

8 ago 2020, às 21h32. Atualizado às 21h34.
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