KIEV (Reuters) – O serviço de inteligência doméstica da Rússia foi acusado pelo seu equivalente ucraniano nesta segunda-feira (13) de travar uma guerra de informação depois que disse ter prendido 106 apoiadores de um grupo de jovens neonazistas da Ucrânia por planejarem ataques e assassinatos em massa. O incidente ocorreu em um momento de tensão acentuada entre os dois países. A Ucrânia diz temer uma possível invasão da Rússia, que nega ter tal intenção.

O Serviço Federal de Segurança russo (FSB) disse que fez prisões em 37 das mais de 80 regiões do país e que dois dos detidos haviam planejado ataques a instituições educativas. Um comunicado do FSB identificou o suposto grupo como o MKU, sigla que a televisão estatal diz significar “Maníacos. Culto do Assassinato”. O FSB disse que o grupo foi montado por um ucraniano com o patrocínio dos serviços de inteligência da Ucrânia.

O Serviço de Segurança da Ucrânia, SBU, disse:

“Os comunicados atuais do FSB são parte de uma operação de informação coordenada que só deveria ser vista pelo prisma da guerra híbrida”.

O SBU ainda disse em um comentário por escrito à Reuters que o FSB visa uma plateia doméstica russa e tenta desacreditá-lo.

A Rússia disparou uma saraivada de retórica hostil contra o governo ucraniano nas últimas semanas, enquanto a Ucrânia, os Estados Unidos e países ocidentais expressam temores de um reforço de soldados russos perto da Ucrânia e da possibilidade de uma invasão.

Por Natalia Zinets (Reportagem adicional de Tom Balmforth em Moscou)

13 dez 2021, às 15h11. Atualizado às 16h08.
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