BRASÍLIA (Reuters) – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que as investigações sobre os ataques que o presidente Jair Bolsonaro fez às urnas eletrônicas em uma live no ano passado sejam realizadas conjuntamente com o inquérito que apura a suposta atuação de uma milícia digital contra a democracia.

A decisão atende a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao avaliar que a medida poderia ajudar a melhor formar um “juízo de convencimento” de que poderá eventualmente mover uma ação sobre o caso.

Em fevereiro passado, Moraes já havia permitido o compartilhamento de provas entre as duas investigações.

“Como se vê, os elementos de prova colhidos nesta petição incidental, instaurada para apuração dos fatos envolvendo a live realizada pelo presidente da República na data de 29/7/2021, devem ser analisados em conjunto com a investigação principal conduzida no Inq 4.874/DF, cujo objeto é uma organização criminosa complexa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com objetivo de atacar o Estado Democrático de Direito”,

disse o ministro do STF, no despacho.

Procurada, a Advocacia-Geral da União informou que vai se manifestar nos autos.

No ano passado, Moraes já havia incluído Bolsonaro no rol de investigados de um inquérito em função dos ataques aos ministros da Corte e disseminação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas feitas em uma live realizada em junho pelo presidente, após um pedido feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O outro inquérito investiga se há relação de Bolsonaro com milícias digitais responsáveis por ataques às instituições democráticas, inclusive com o financiamento com uso de recursos públicos.

(Reportagem de Ricardo BritoEdição de Pedro Fonseca)

10 maio 2022, às 16h59. Atualizado às 18h00.
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