O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que o Judiciário e o Ministério Público “estão muito fora da casinha” e que dedica seu mandato como deputado a “enquadrá-los”.

Em entrevista ao Jornal da Manhã Paraná, da rádio Jovem Pan, Barros afirmou que “a força-tarefa da Operação Lava Jato desesperadamente quer esconder do procurador-geral da República Augusto Aras os seus métodos”.

Aras deve decidir até setembro o futuro da força-tarefa da Lava Jato, mas já apontou que pretende impor uma “correção de rumos” com a adoção de um novo modelo de investigação, sem métodos “personalistas” nem “caixas-pretas”.

“Foi excelente o resultado da Lava Jato no combate à corrupção. Não tenho dúvida disso. Mas o combate ao crime foi feito cometendo crimes? É essa a pergunta a qual a sociedade quer resposta”, disse Barros.

Centrão

Ricardo Barros afirmou, ainda, que a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com parlamentares do Congresso, em especial do Centrão, não é um “toma lá dá cá”, uma das práticas que Bolsonaro prometeu, durante a campanha de 2018, acabar. Segundo Barros, o presidencialismo de coalizão está previsto na Constituição.

Bolsonaro tem se aproximado do Centrão, com gestos como o da própria nomeação de Barros, na última terça-feira (18), para assumir a liderança do governo no lugar do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).

Barros afirmou que “mudou o discurso de campanha, que foi feita dentro de uma lógica de mudança. Na avaliação do deputado, tanto o presidente quanto os parlamentares amadureceram.

Violência contra imprensa

O líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros afirmou que a fala do presidente Jair Bolsonaro de querer agredir um repórter não deverá influenciar o relacionamento do presidente com os parlamentares da Câmara. “Conhecemos Bolsonaro há 28 anos, ele sempre foi assim e não vai mudar”, disse Barros em entrevista à rádio Jovem Pan.

Neste domingo (23), Bolsonaro disse ter “vontade de encher de porrada” a boca de um repórter do jornal O Globo, em frente à Catedral Metropolitana de Brasília, após o jornalista questioná-lo sobre os repasses de R$ 89 mil do ex-assessor Fabrício Queiroz para sua esposa, Michelle Bolsonaro.

Segundo Barros, a fala de Bolsonaro não foi uma ameaça. “Ele falou que ‘gostaria de’ e não ‘vou fazer’. É um pensamento que ele externou que certamente não precisaria ter externado”, defendeu o parlamentar.

De acordo com Barros, “agora todas as entidades se manifestam, o que é uma bobagem. Uma tentativa de fazer o mosquito virar um elefante. O Brasil não precisa disso, precisa de andar e prosperar”.

24 ago 2020, às 12h42.
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