por Isadora Deip
com informações da Prefeitura de Foz do Iguaçu e supervisão de Giselle Ulbrich

A Prefeitura de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, emitiu nota em repúdio ao “uso político da espetacularização do denuncismo”, no caso da denúncia que apontou o armazenamento irregular de 40 cestas básicas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Na nota, a Prefeitura afirmou que, na sexta-feira (20) um grupo de pessoas invadiu a UBS da Cidade Nova “de forma truculenta”, à procura de “flagrantes de um trabalho realizado já há algum tempo em parceria com servidores da saúde, empresários e a comunidade da região”.

“Nunca usamos cestas básicas para outra finalidade que não seja a definida pelos profissionais da assistência social, e isso vem sendo cumprido rigorosamente em nossa administração, antes e durante a pandemia”,

afirmou o prefeito Chico Brasileiro.

A assistente social Silvia Silveira Dias, do Distrito Norte, disse que todas as doações são registradas em prontuário médico e que sempre recebeu suporte da prefeitura para o trabalho. “A região é de grande vulnerabilidade, com casos muito delicados e de pessoas que têm muita necessidade”, relatou.

“A unidade de saúde não é porta aberta para esse tipo de atendimento, mas a partir da avaliação dos técnicos da unidade e estudos de casos, em alguns deles, conseguimos parcerias da própria unidade, dos profissionais da comunidade, dos empresários da região para fornecer em alguns casos as cestas básicas”,

complementou Silvia.

Silvia ainda declarou que poderia fornecer informações, relatórios e documentos a respeito da ação.

A gerente da UBS, Camila Morini, conta que sentiu-se constrangida com a invasão na unidade.

“Sou funcionária pública concursada há 15 anos e nunca vi isso. Entraram na unidade filmando e abriram a minha sala sem autorização e começaram a questionar de onde vinham as cestas básicas entregues pela assistente social. Não acreditaram e começaram a questionar qual a pessoa que tinha trazido as cestas básicas e reafirmei que eram doação de parceiros do serviço social”,

relata.

Conforme a Prefeitura, as cestas básicas em questão não fazem parte daquelas adquiridas pelo município e entregues pela Secretaria de Assistência Social como benefício eventual às pessoas que atendem critérios como o cadastro no CadÚnico. Estas cestas, que possuem mais produtos, seriam entregues somente nos cinco Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) de Foz do Iguaçu.

“A Prefeitura de Foz do Iguaçu se coloca à disposição das autoridades para esclarecer os fatos e lamenta as tentativas de confundir a população através de fakes news disseminadas nas redes sociais, prejudicando ainda mais as famílias vulneráveis do distrito norte”,

alegou o prefeito.

Entenda o caso

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apura uma denúncia que apontou o armazenamento irregular de 40 cestas básicas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Foz do Iguaçu. A suspeita é de que os alimentos seriam distribuídos a pessoas em vulnerabilidade social para favorecer a pré-candidatura à deputada estadual de Rosa Maria Jeronymo Lima, servidora da UBS.

De acordo com o MP-PR, as 40 cestas básicas estavam armazenadas na sala da gerência da unidade Cidade Nova. Ao ser questionada, a gerente da sede afirmou que os alimentos foram entregues pela secretaria de Ação Social, para que então fossem distribuídos a pessoas em vulnerabilidade social.

O Ministério Público recomendou que a distribuição dos alimentos seja suspensa até o fim da apuração e que quaisquer produtos que não os de saúde não sejam armazenados no local. 

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25 maio 2022, às 20h49.
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