PDT focará em atacar Moro para tentar emplacar Desiree na disputa ao Senado

Em convenção na manhã deste sábado (30) o nome mais citado pelos caciques do PDT do Paraná foi o do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil). Em uma estratégia de desidratar o segundo colocado nas pesquisas para o Senado, o partido pretende emplacar o nome da professora universitária Desiree Salgado como viável para a única cadeira disponível neste ano.

Até mesmo o candidato à presidência pelo partido, Ciro Gomes, dedicou um tempo de sua fala para atacar o ex-ministro do governo Bolsonaro. “Nós precisamos perguntar ao povo, você quer que juiz use a toga para fazer política? Então se prepara meu amigo, você não tem mais direito à nada”, disse Ciro.

O mesmo fez o candidato ao governo Ricardo Gomyde, que pediu: “Eneida [Desiree Salgado], aposenta o Álvaro Dias e vá no meio do Moro”.

Em entrevista ao RIC Mais, o presidente nacional do PDT Carlos Lupi foi questionado se o partido miraria em desidratar Sergio Moro para viabilizar a candidatura de Desiree, e respondeu afirmando que “Moro é uma bananeira que já deu cacho, eu acho que tá podre. O povo, quanto mais conhecer o que ele fez, os desmandos, a manipulação, cada vez vai ficar se afastando mais dele”.

Já Desiree evitou ir para o embate direto e, questionada pelo portal RIC Mais, disse apenas que o Moro é um nome conhecido, mas que conforme a população do Paraná conhecer melhor a ela, os votos podem migrar.

Partido aposta em mudança de cenário

Nos bastidores, caciques do partido mostraram ânimo com a notícia de que Álvaro Dias (Podemos) pode migrar para a disputa ao governo do Paraná. A decisão final só deve ser anunciada no próximo dia 5, data da convenção do partido. Mas a possibilidade tem sido vista com bons olhos pelas lideranças pedetistas, que afirmaram que será “o melhor dos mundos”, caso a notícia se confirme. Atualmente, Álvaro Dias lidera a disputa ao Senado, seguido por Moro.

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Há também um movimento paralelo dentro do PDT para buscar a impugnação da candidatura de Sergio Moro. Os defensores de uma ação judicial acreditam que a decisão da Justiça Eleitoral, que não reconheceu o domicílio eleitoral do ex-juiz em São Paulo, pode ser usada como jurisprudência para impedir que ele concorra pelo Paraná, uma vez que sua filiação ocorreu pelo estado paulista.

Convenção do PDT/PR

A convenção do PDT contou com a presença de um pouco mais de 500 pessoas e, além da confirmação das candidaturas próprias ao Senado e ao Governo, lançou 34 candidatos a deputado estadual e 31 para o pleito federal.