Nós sabemos que parece distante, mas a discussão sobre qual Brasil e qual futuro desejamos para nós e para as próximas gerações não acontecerá no futuro. Está acontecendo e sendo construída agora. 

O amanhã se faz hoje e o que estamos vivendo é o prenúncio de uma situação caótica. O país começa a viver à mercê da volta do candidato suspeito de ter participado do maior esquema de corrupção já mapeado na história e, ao mesmo tempo, um governo democraticamente eleito com um forte projeto de reformas e reorganização administrativa, não consegue avançar parte por incompetência, mas também pelos conchavos e fisiologismo que é a marca da política brasileira. 

Nós acreditamos que a gestão da pandemia está muito aquém do que o povo brasileiro e paranaense deseja ou necessita. Os dados da última pesquisa Grupo RIC/Grupo ND e Instituto MAPA demonstram isso. No Paraná, mais de 44% dos cidadãos reprovam como o presidente lida com a pandemia. Já 33,5% consideram que o presidente geriu bem. Já no Brasil, 57,5% avaliam como ruim ou péssima a gestão do governo Bolsonaro para a pandemia. 

O governo Bolsonaro já esteve melhor avaliado quando o assunto é a gestão do Brasil. É claro que essa avaliação é motivada pela crise da Covid-19. E o governo precisa ser avaliado e responsabilizado por seus erros e acertos – bem como governadores e prefeitos. Lembramos, ainda, que as pesquisas são reflexos do momento. O Brasil tem “segurado a barra” fortemente. Nossos resultados econômicos poderiam ser muito piores se não tivéssemos tido o maior programa de distribuição de renda da história da humanidade e se não tivéssemos tomado medidas de ajuda ao setor produtivo e de serviços. Nosso país não está bem, sabemos disso. No entanto, os esforços necessários estão sendo feitos e poderiam ser ainda mais expressivos se houvesse uma preocupação de toda a classe política com o povo e não com os seus interesses privados. 

E é nesse cenário que avança sorrateiramente o projeto de voltar ao poder um grupo político que sugou a esperança e o cofre de grandes empresas brasileiras. Um punhado de gente que aparelhou o estado com milhares de pessoas que, somada à burocracia estatal, piora a situação de gestão do país. Recebemos com um sinal vermelho o crescimento de intenção de voto no candidato “ex-presidente/ex-presidiário”. 

Aqui, é necessário fazer um parênteses para reforçar a nossa crença na democracia, no pleito eleitoral brasileiro, na independência dos poderes, na necessidade de partidos políticos e na renovação e alternância de poder. 

A volta do candidato “ex-presidente/ex-presidiário” é um sinal de que falhamos como sociedade, falhamos ao voltar para o velho “rouba, mas faz”. Bem como falha esse governo que não consegue agir e mudar, mesmo diante de dezenas de pesquisas que mostram claramente que o país não está avaliando bem a gestão atual. Se, no futuro, se consolidar o cenário da pesquisa do Grupo RIC/Grupo ND e do Instituto MAPA, que mostra o já anunciado candidato Lula faturando a eleição com mais 51% dos votos, será a prova triste e conclusiva de que esse governo não só errou, mas foi tolo, pois perdeu a chance de fazer a diferença na vida dos brasileiros. 

Existe tempo para mudar, para ajustar a rota. É hora do próprio Bolsonaro reemitir a sua carta de compromissos, fazer uma revisão crítica do seu governo e traçar uma linha de retidão e de compromisso com os valores que o povo brasileiro ainda guarda. É fundamental que o presidente volte com força ao seu projeto de reforma administrativa e tributária, de desburocratização do estado, de fortalecimento dos poderes, da crença na democracia, de ter ministros técnicos e não ideológicos. Está na hora do próprio governo Bolsonaro se reorganizar durante o próprio governo. Este é o momento. Depois, será tarde. 

E ainda é preciso dizer que, se mesmo com todas as sinalizações, esse governo não tomar prumo e ordem, parte da população brasileira não se curvará ao passado, mas olhará para frente. Isso está claro na pesquisa Grupo RIC/Grupo ND e do Instituto Mapa, em que 29% dos eleitores desejam uma outra opção de candidato, 17,8% declaram-se como anti-bolsonaristas, 11,9% declaram-se antipetistas acima de tudo e 20% ainda estão avaliando. Esses números reforçam a tese de que, se o presidente Bolsonaro não tomar jeito com o seu governo, uma terceira via pode ser construída em um projeto nacional de não retroceder ao passado. 

Qual caminho o Brasil seguirá só descobriremos com o avanço dos meses e com ações futuras dos possíveis candidatos. Assim, entenderemos se viveremos governados por suspeitos de corrupção, por negacionistas, por algum aventureiro ou por um político de fato. 

Isso é o que pensa o Grupo RIC. 

24 maio 2021, às 14h02. Atualizado em: 25 maio 2021 às 20h33.

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