A cinco meses da eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue à frente na disputa pela Presidência da República, mas viu cair a vantagem que tinha sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), apontou nesta terça-feira (10) uma pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), que coloca a distância entre ambos em 8,6 pontos percentuais.

Segundo a pesquisa, Lula aparece com 40,6% da preferência do eleitorado, ante 42,2% no levantamento realizado em fevereiro, ao passo que Bolsonaro segue na segunda posição com 32%, contra 28% na pesquisa anterior. Na sondagem passada, portanto, a vantagem do petista sobre o presidente era de 14,2 pontos percentuais na simulação de primeiro turno.

Ciro Gomes (PDT) vem na sequência com 7,1%, seguido do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) com 3,1%, do deputado federal André Janones (Avante-MG) com 2,5%, da senadora Simone Tebet (MDB-MS) com 2,3% e de Felipe D’àvila (Novo), que soma 0,3%.

Na pesquisa de fevereiro ainda aparecia o nome do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) como postulante ao Planalto.

No cenário de segundo turno mais provável apontado pela pesquisa, entre Lula e Bolsonaro, o petista venceria por 50,8% a 36,8% com 14 pontos percentuais de diferença.

Na pesquisa anterior, Lula tinha vantagem de 53,2% a 35,3% na simulação de segundo turno, isto é, 17,9 pontos percentuais de frente do petista.

A pesquisa também indagou sobre a avaliação do governo Bolsonaro. De acordo com o levantamento, a avaliação positiva da gestão soma 30,4% — ante 25,9% —, ao passo que a negativa é de 43,6% —contra 42,7% — e 25,2% avaliam o governo como regular — eram 30,4% em fevereiro.

Houve também uma melhora na aprovação pessoal de Bolsonaro na nova sondagem. A aprovação do presidente é agora de 37,9%, ante 33,9% em fevereiro. Aqueles que o desaprovam ainda são maioria, somando agora 58,8%, mas em fevereiro este índice era de 61,4%.

Urnas e mudanças de voto

O MDA também indagou se os eleitores poderiam mudar de voto no primeiro turno para assegurar ou impedir a realização de uma segunda rodada de votação e, de acordo com os dados da pesquisa, 70,5% dos entrevistados rejeitaram essa possibilidade, ao passo que 22,7% a admitiram.

Daqueles que aceitam a possibilidade de mudar o voto, 28,4% afirmaram que poderiam fazê-lo para facilitar que alguém que não seja Bolsonaro ou Lula possa ir para o segundo turno.

Outros 25,7% dizem que podem mudar seu voto para dificultar uma vitória em primeiro turno de Bolsonaro, ao passo que 21,5% aceitam fazê-lo para facilitar uma vitória em primeiro turno de Lula, 13,4% para facilitar uma reeleição já no primeiro turno do atual presidente, e 7,5% para dificultar uma vitória em primeiro turno do petista.

Em um momento em que Bolsonaro voltou a levantar suspeitas sobre o sistema de votação eletrônico sem apresentar quaisquer evidências, a pesquisa também apontou que 68% dos entrevistados confiam nas urnas eletrônicas, ao passo que 28,6% não confiam.

O MDA entrevistou 2.000 pessoas entre os dias 4 e 7 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

BRASÍLIA (Reuters) – Por Ricardo Brito

 

 

10 maio 2022, às 12h34. Atualizado em: 30 jun 2022 às 12h25.
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