O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), confirmou na tarde desta quarta-feira (31) que será candidato a presidência da República. Apesar de manobras internas no PSDB, que tentaram fazê-lo desistir da candidatura, ele confirmou que continua na disputa e, inclusive, anunciou que, a partir de sábado (02), o estado de São Paulo ficará no comando do vice-governador Rodrigo Garcia, para que ele possa iniciar os trabalhos eleitorais.

A oficialização ocorreu no Palácio dos bandeirantes, na capital paulista, com auditório lotado por 1.400 pessoas. Antes de anunciar sua decisão, ele disse que “é hora de enfrentar as dificuldades coletivamente, e não de forma individual”, em possível crítica aos que tentaram tirá-lo do páreo.

“Vamos construir sim a melhor via pro nosso país. E a melhor via é da união, serenidade, bom senso, compreensão e da liberdade. As pesquisas mostram, revelam e acentuam que nem Bolsonaro, nem Lula, tem a confiança da maioria dos brasileiros. Estamos numa disputa de rejeitados. A reprovação de um e de outro é o que alimenta um contra outro, e não a voto a favor. Agora é hora do voto ser a favor do Brasil. A pressão dessa força de extremistas tem tornado difícil o consenso”,

disse Dória, minutos antes de anunciar sua decisão.

Disputas internas

O noticiário desta quinta-feira (31) “acordou” chacoalhado pelas notícias da política. Pouco antes do ex-juíz Sérgio Moro anunciar que está de saída do Podemos para entrar no União Brasil (UB) e desistir da candidatura á presidência, as notícias de bastidor do PSDB davam conta que Dória desistiria da candidatura. Foi uma manhã de muita tensão e de horas de reunião até o anúncio, no fim da tarde.

Dória ganhou as prévias do partido, em novembro, que tinham também o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na disputa. Desde então, rusgas entre os dois dividiam opiniões no partido. Nos bastidores, falava-se que a candidatura de Dória poderia rachar o partido. O governador de São Paulo teria, inclusive, recebido pressão do presidente da Câmara Municipal da capital paulista, Milton Leite (União Brasil) e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para renunciar. Teria até surtado nos bastidores e chamado alguns articuladores de traidores.

Do contrário, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, continuava afirmando que Dória era o candidato a presidência do partido. E ao começar seu discurso, nesta quinta-feira, Dória começou falando de esforços e de serenidade para o bem do Brasil, o que dava a entender que ele desistira de fato da disputa ao Planalto. Mas, de discurso bem articulado, como sempre teve, surpreendeu ao comunicar sua decisão bem ao final.

31 mar 2022, às 17h37. Atualizado às 18h14.
Mostrar próximo post
Carregando