Por Lisandra Paraguassu

(Reuters) – O Diretório Nacional do PT aprovou nesta quarta-feira, com 68 votos a favor, o nome do ex-governador Geraldo Alckmin para compor, como candidato a vice, a chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa eleitoral pela Presidência da República.

Treze membros do diretório votaram contra o nome de Alckmin, mas a favor da coligação com o PSB, partido ao qual o ex-governador de São Paulo está filiado. E outros três integrantes do colegiado votaram contra, inclusive, a coligação com o PSB.

Já esperado, o resultado ainda terá que ser confirmado no Encontro Nacional do PT, no início de junho. De acordo com uma fonte, no entanto, o encontro terá a mesma composição do diretório e não trará surpresas.

A resistência a Alckmin, ainda que pequena, não trouxe surpresa. Algumas alas do partido já haviam vocalizado a contrariedade com a composição de chapa com Alckmin –entre eles o deputado Rui Falcão, ex-presidente do partido.

Em nota que traz a íntegra de resolução desta quarta-feira, o partido deixou claro que a aliança com o PSB e a formação de uma chapa com Alckmin –que já foi adversário de Lula e até novembro era filiado ao PSDB, rival do PT– é essencial para a campanha deste ano.

“Além de consolidar a unidade do campo popular, o PT deve buscar ampliar o apoio a Lula em outros setores políticos e sociais”, afirma trecho da resolução.

“A coligação nacional com o PSB, que apresentou formalmente o nome do ex-governador Geraldo Alckmin para compor a chapa como candidato a vice-presidente de Lula, será importante passo na direção almejada. Confirmará nossa disposição de, no governo, implementar um programa de reconstrução e transformação do Brasil, ampliando nossa base social”, diz a nota divulgada pelo PT.

Lula lidera as pesquisas eleitorais, seguido do presidente Jair Bolsonaro. Alas políticas mais identificadas com o ex-presidente petista, ainda que não tenham oficialmente embarcado em sua pré-candidatura, têm afinado o discurso em torno da defesa de princípios democráticos. Essa percepção também foi martelada pela nota da sigla nesta quarta, segundo a qual “a eleição presidencial deste ano colocará em disputa dois projetos muito claros: o da democracia e o do fascismo”.

“No polo democrático, é a candidatura de Lula que tem reais possibilidades de aglutinar a maioria do sociedade”, defende a resolução.

13 abr 2022, às 18h57. Atualizado às 20h00.
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