BRASÍLIA (Reuters) – Com ataques aos potenciais adversários Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva e Sergio Moro, o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes lançou nesta sexta-feira (21) sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PDT, em convenção nacional do partido realizada de forma virtual em decorrência da Covid-19.

Em sua quarta possível disputa presidencial, Ciro fez um duro discurso contra adversários na linha do slogan de pré-campanha “A Rebeldia da Esperança”, cunhado pelo marqueteiro João Santana.

O marqueteiro ficou famoso por ter feito campanhas presidenciais vitoriosas para Lula e Dilma Rousseff pelo PT, mas depois chegou a ser preso e condenado pelas investigações da operação Lava Jato.

No discurso, Ciro disse que quer juntar a rebeldia, a esperança e um novo e generoso projeto nacional de desenvolvimento para se criar um projeto de toda uma nação. Atacou duramente Bolsonaro (PL), Lula (PT) e Moro (Podemos) — trio que, segundo pesquisas de intenção de voto, tem aparecido na frente na corrida presidencial.

“A incompetência de Bolsonaro apenas agravou uma situação que piorava ano após ano e a pandemia, em si mesmo, apenas sacudiu instrumentos, políticas e instituições já carcomidas por décadas e foi potencializada criminosamente pela política genocida”, disse.

Quanto a Lula, de quem foi ministro da Integração Nacional no primeiro mandato do petista, Ciro disse que o ex-presidente repetiu um modelo econômico de governos passados, apenas com um aceno para a área social.

“A formulazinha descarada do paz e amor é a mais descarada fórmula de servidão e corrupção”, disse.

“Collor escancarou a porteira, Fernando Henrique preparou a mesa do banquete e Lula condimentou melhor os pratos. Depois de servir os tubarões, Lula distribuiu, com compaixão de filantropo, as sobras para os mais pobres”, criticou, ao acrescentar que não se deve eleger quem oferece uma “falsa paz e amor”.

O pedetista chamou Moro de “inimigo da República” e disse que o ex-juiz da Lava Jato que tem que ser combatido. Disse que ele teve a “gloria efêmera como juiz”, mas semeou uma série de nulidades, e que como candidato pretende criar uma “esdrúxula corte” para se criar uma espécie de tribunal de exceção que só se viu em regimes autoritários como o nazismo.

Ciro disse que o atual currículo de Moro é uma “prova cabal do fracasso”. O pedetista fez duros ataques ao ex-ministro de Bolsonaro, contra quem disputa um espaço na chamada terceira via.

Reformas

O pré-candidato prometeu fazer no início do governo uma grande reforma e depois reformas complementares, além de já ter se comprometido em aprovar o fim da reeleição para cargos do Executivo.

Ciro defendeu a revisão de mudanças na legislação trabalhista, quer uma economia que privilegie a produção e não a especulação, a geração de empregos, mudar a política de juros altos e a política tributária distorcida.

O pré-candidato disse que vai acabar com o teto de gastos públicos, que chamou de maior fraude já cometida contra o povo brasileiro por só controlar a despesa de investimentos, mas deixar de fora os juros.

“Prometo, portanto, acabar com essa ficção fraudulenta chamada teto de gastos e colocar em seu lugar um modelo que vai tocar o país adiante sem inflação e com equilíbrio de gastos verdadeiro”, disse.

Em outro momento, Ciro prometeu taxar grandes fortunas e rever a política de desoneração de setores da economia. “Eu taxarei, sim, as grandes fortunas, cobrarei sim impostos sobre lucros e dividendos, eu modificarei sim a estrutura tributária para acabar com a pouca vergonha que o pobre e a classe média pagar mais impostos do que os ricos”, disse, um momento em que foi bastante aplaudido.

O pré-candidato também afirmou que vai mudar o que considera como a “criminosa” política de preços e de gestão da Petrobras.

“Tremam de medo os tubarões que querem tomá-la dos brasileiros. Mas vibrem de alegria milhões de compatriotas que pagarão combustível mais barato e poderão gritar de novo: ‘o petróleo é nosso'”, destacou.

O pedetista tem aparecido em pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto em quarto lugar nas sondagens, bem atrás de Lula e de Bolsonaro, embora mais próximo de Moro.

No mês passado, ele foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal por supostas irregularidades nas obras da Arena Castelão, estádio localizado em Fortaleza e usado na Copa do Mundo de 2014.

Na ocasião, Ciro reagiu negando irregularidades e acusando Bolsonaro de criar um “Estado policial”. No discurso desta sexta, ele disse ser um homem honesto e honrado.

Por Ricardo Brito

21 jan 2022, às 18h45. Atualizado às 19h32.

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