A sindicância da Câmara de Curitiba que investigou um e-mail racista enviado ao vereador Renato Freitas (PT) concluiu que a mensagem foi forjada. A investigação foi concluída nesta quarta-feira (1º).

O conteúdo estava assinado na conta do vereador Sidnei Toaldo (Patriota), que é o relator do processo de cassação de Freitas. As investigações da Câmara apontam que o e-mail não foi enviado pelo parlamentar.

De acordo com o documento divulgado pela corregedoria, a mensagem foi forjada para simular o envio utilizando a estrutura de e-mail da câmara e foi disparada por um serviço de hackers hospedado na República Tcheca.

Conforme a apuração da corregedoria, não houve qualquer acesso ou mesmo uma tentativa de acesso do vereador Sidnei Toaldo em seu e-mail entre 10h e 15h45 de 9 de maio, data que Renato Freitas recebeu o e-mail.

Entenda o caso

O vereador Renato Freitas (PT) recebeu o e-mail com conteúdo racista às 13h17 do dia 9 de maio de 2022. No assunto estava escrito “Um recado para o vereador Renato” então assinado por Sidnei. Confira o e-mail na íntegra:

“Renato, você pensa que seu processo de cassação vai acabar por causa da gravação que aquela vagabunda vazou pra imprensa? O Márcio Barros já se afastou do conselho de ética, não tem mais desculpas pra você e o Guilherme,
aquele seu advogadozinho de porta de cadeia, evitar o inevitável. Eu não tenho medo de você ou dos esquerdistas vagabundos que te defendem, seu negro. Já metemos pressão na Indiara Barbosa e na Noêmia Rocha. Não adianta chorar naquele site imundo Brasil 247 que recebe do PT dinheiro roubado do povo. Eu não tenho medo do Requião, ou melhor, do Requiladrão, aquele safado que devia estar preso junto com o cachaceiro analfabeto do Lula. A câmara de vereadores de Curitiba não é o seu lugar, Renato. Volta para a senzala. E depois de você vamos dar um jeito de cassar a Carol Dartora e o Herivelto. Vamos branquear Curitiba e a região Sul queira você ou não. Seu
negrinho”

afirmava a mensagem.

O e-mail foi enviado um dia antes de ser votada a cassação do vereador petista, após Freitas aparecer em um protesto dentro de uma igreja no Centro de Curitiba. A votação está suspensa, a pedido da justiça que aguarda o fim a sindicância. Agora a Câmara espera a decisão da juíza para retomar a sessão de votação.

O que dizem os vereadores citados

Em nota, o vereador Sidnei Toaldo afirmou que, por 10 dias, lutou para limpar o nome e que a situação foi usada por Freitas para se vitimizar.

“Pauto meu trabalho pela verdade e justiça. Quando fui escolhido relator do caso Renato Freitas busquei a todo momento tratar tudo com o devido respeito e seriedade que todos os assuntos dessa Casa merecem”, disse.

A defesa do vereador Renato Freitas afirmou que “o relatório final confirma que o e-mail ofensivo foi recebido pelo gabinete do vereador, portanto, efetivamente enviado”.

“Por outro lado, as conclusões são genéricas e açodadas, pois, dispensaram as necessárias informações do Serpro, da Delegacia do Cibercrimes para saber, efetivamente, de onde partiram as infamantes agressões. O vereador Renato Freitas ainda se sente frontalmente atingindo e não aceita uma solução paliativa sobre o caso. Igualmente grave o fato da Corregedoria não ter acessado o computador do Vereador Sidnei Toaldo, mas acessou apenas o computador do Vereador Renato Freitas, o que, em tese, demonstra parcialidade”, disse.

A reportagem tenta contato com Freitas.

1 jun 2022, às 15h13. Atualizado às 17h33.
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