Por Eduardo Simões e Lisandra Paraguassu

(Reuters) – Internado em um hospital de São Paulo com quadro de obstrução intestinal, o presidente Jair Bolsonaro apresentou melhora clínica após a passagem da sonda nasogástrica, mas ainda não há definição sobre a necessidade de uma cirurgia, informou o Hospital Vila Nova Star em boletim médico na noite desta segunda-feira (03).

“O Hospital Vila Nova Star informa que o senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, apresentou melhora clínica após a passagem da sonda nasogástrica, evoluindo sem febre ou dor abdominal”, disse.

“O paciente fez uma curta caminhada pelo corredor do hospital e permanece em tratamento clínico. Ainda não há avaliação definitiva quanto à necessidade de intervenção cirúrgica”, acrescentou o hospital.

O comunicado é assinado por cinco médicos, dentre eles Antônio Luiz Macedo, responsável pelas cirurgias no intestino do presidente desde que Bolsonaro levou uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.

Macedo chegará ao Brasil na madrugada de terça-feira (04) de uma viagem de férias ao exterior, segundo informações divulgadas pela mídia. Inicialmente, a expectativa era de que o médico chegasse a São Paulo no meio da tarde desta segunda.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Macedo chegou a dizer que “provavelmente não será necessário cirurgia”, uma vez que as informações que tinha apontavam que “o quadro é semelhante ao da última vez” em que Bolsonaro esteve internado e foi tratado sem necessidade de operação.

No entanto, à própria Folha e outros veículos de comunicação, o médico disse que uma eventual cirurgias ainda será avaliada.

Cirurgias

Depois de ser internado, Bolsonaro disse em publicação no Twitter que foi levado ao hospital depois de passar mal após o almoço de domingo. Em postagem ao lado de uma foto em que aparece no leito hospitalar, o presidente disse que recebeu uma sonda nasogástrica e que passará por exames para a realização de uma possível cirurgia.

“Comecei a passar mal após o almoço de domingo. Cheguei ao hospital às 3h de hoje. Me colocaram sonda nasogástrica. Mais exames serão feitos para possível cirurgia de obstrução interna na região abdominal”, escreveu.

Bolsonaro estava de férias em Santa Catarina quando, de acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência, sentiu um “desconforto abdominal” e embarcou direto para São Paulo. A previsão inicial era de que voltasse a Brasília na terça-feira.

Essa é a segunda vez que Bolsonaro sofre com o mesmo quadro. Em julho de 2021, depois de 11 dias de crises ininterruptas de soluços, o presidente deu entrada no Hospital das Forças Armadas, de madrugada, com fortes dores abdominais. Em seguida, foi transferido para São Paulo, onde se verificou uma obstrução intestinal.

À época, a equipe médica chegou a considerar a necessidade de uma cirurgia, mas o quatro foi resolvido com medicamentos.

Desde setembro de 2018, quando sofreu um ataque à faca durante a campanha eleitoral, o presidente já passou por pelo menos cinco cirurgias, quatro delas diretamente ligadas à facada: uma realizada logo após o ataque e uma emergencial, uma semana depois, para corrigir aderências no intestino; em 2019, foram mais duas, uma para retirada da bolsa de colostomia, e outra para correção de uma hérnia na área da cirurgia.

Bolsonaro passou ainda por uma intervenção para retirada de pedras na bexiga e submeteu-se a uma vasectomia, que nunca foi confirmada oficialmente pelo Palácio do Planalto.

(Reportagem de Eduardo Simões, em São Paulo, e Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito, em BrasíliaEdição de Alexandre Caverni e Pedro Fonseca)

3 jan 2022, às 20h26. Atualizado às 22h55.

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