A estudante Ana Júlia Ribeiro (PT), de 21 anos, vai ocupar a vaga deixada pelo vereador Renato Freitas, do mesmo partido, na Câmara de Curitiba. A informação foi confirmada pelo Legislativo na tarde desta quarta-feira (22), quando os vereadores aprovaram em segundo turno o projeto que declarou a perda do mandato de Freitas.

O petista foi cassado por quebra de decoro parlamentar durante uma invasão à igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro deste ano. Após parecer favorável da Comissão de Ética pela cassação, o projeto que determina a perda de mandato foi aprovado em dois turnos, na terça (21) e na quarta (22), com 25 votos favoráveis. A defesa do vereador disse que pedirá anulação do julgamento.

A Câmara de Curitiba confirmou, em sessão extraordinária, a aprovação do projeto de resolução que cassa o mandato do vereador Renato Freitas (PT), em segundo turno, com 25 votos favoráveis, cinco contrários e duas abstenções. Na terça-feira (21), os vereadores, com 25 votos favoráveis, tinham aprovado a cassação em primeiro turno.

Em 2020, Ana Júlia foi a candidata mais votada para a Câmara que não se elegeu. Ela teve 4.538 votos, ficando à frente de 18 dos candidatos eleitos para as 38 vagas. Do PT, Carol Dartora, Professora Josete e Renato Freitas tiveram votação maior que a estudante.

Conforme a Câmara, a convocação da suplente ocorre após a publicação do projeto que determinou a perda do mandato de Freitas, que deve ocorrer na quinta (23) ou na sexta (24). O presidente da Casa, Tico Kuzma (Pros), tem cinco dias úteis para convocá-la depois da publicação. Depois, Ana Júlia terá cinco dias corridos para a posse.

Em entrevista ao RICMais, pouco antes do início da sessão que teve a votação em segundo turno sobre a cassação de Freitas, Ana Júlia afirmou que considera injusto o processo que culminou na cassação do colega de partido. “Não há motivo de fato”, disse.

Ela contou que confia na assessoria jurídica de Renato Freitas e na condução política do mandato dele em relação ao processo.

“Eu não acredito que irei assumir essa cadeira e nem mesmo que a cassação será efetivada. Acredito que tem muitas questões para serem discutidas e confio que o Judiciário vai reverter a decisão”,

afirmou a suplente do PT.

‘Mão suja de sangue’

Ana Júlia Ribeiro, que é pré-candidata a deputada estadual neste ano, ficou conhecida em outubro de 2016 após fazer um discurso, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), defendendo a ocupação de estudantes em 850 escolas paranaenses.

Na ocasião, ela afirmou durante o discurso que as mãos dos deputados estava suja com o sangue do adolescente Lucas Mota, que acabou morrendo dentro de uma escola ocupada naquele ano.

“Vocês estão aqui representando o Estado, e eu convido vocês a olharem a mão de vocês. A mão de vocês está suja com o sangue do Lucas. Não só do Lucas, mas de todos os adolescentes e estudantes que são vítimas disso”, disse ela, à época.

22 jun 2022, às 16h47. Atualizado às 17h07.
Mostrar próximo post
Carregando