Ricardo Reis de Faria e Vieira, de 33 anos, foi preso por suspeita de ter provocado o incêndio que matou seus três filhos adotivos na madrugada desta quarta-feira (17) em Poá, na Grande São Paulo. As vítimas estavam trancadas no quarto e morreram carbonizadas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio atingiu principalmente o quarto dos irmãos Fernanda, de 14 anos, Gabriel, de 9 anos, e Lorenzo, que iria completar 2 anos. O socorro foi chamado por uma vizinha que ouviu gritos e percebeu as chamas na residência.
A voz que pedia ajuda era feminina, o que leva polícia a acreditar que Fernanda era quem estava gritando. A menina foi encontrada morta perto de uma janela com grades.
O pai dos irmãos passou a ser suspeito pelo crime depois de apresentar três versões diferentes sobre o que teria ocorrido. Primeiro, afirmou que percebeu a fumaça e tentou salvar os filhos, mas como a porta estava trancada e ele havia tomado calmantes para dormir, não conseguiu fazer nada.
Conforme a polícia, aparentemente transtornado, em certo momento, ele chegou a dizer que os filhos haviam sido raptados e não estavam em casa. Também declarou que seu ex-marido poderia ser o culpado pelo incêndio e também que a adolescente teria provocado as chamas.
“Ele disse que acordou em razão da fumaça e foi imediatamente à porta que dá acesso ao quarto das crianças. Viu pela brecha da porta uma luz, tentou arrombar a porta e não conseguiu. Foi então para o corredor desta casa, onde a janela do quarto das crianças dá, tem grades, e segundo ele, constatou as chamas e não viu as crianças e não havia nenhum pedido de socorro. Isso motivou ele a ir até delegacia que fica na rua de trás”, explicou um dos investigadores.
Oito viaturas foram acionadas para combater as chamas na residência da família. A Polícia Civil aguarda o resultado da perícia para entender o que causou o incêndio.
Família feliz
Ricardo adotou Gabriel quando ele tinha menos de um ano e, logo depois, também acolheu Fernanda, que era irmã biológica do menino. Já Lorenzo entrou para a família quando tinha dois meses de idade.
Nas redes sociais, Ricardo costumava postar foto com os filhos e pareciam ser uma família feliz. No entanto, seu ex-marido contou, à RIC Record TV, que os dois haviam acabado um relacionamento de quase 16 anos nos últimos três meses. Desde então, viviam em casas separadas e compartilhavam a guarda dos filhos adotivos.
Ricardo, que teria provocado o fim do relacionamento após uma traição, não se conformava e vinha dizendo que não fazia sentido viver se a família unida.