O motorista que atropelou e matou Yohana Gabrielly Fernandes Pereira, de 5 anos, na Rodovia da Uva, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, declarou que lamenta pelo ocorrido e pediu perdão à família da criança durante entrevista concedida à RIC Record TV.
Luiz Henrique dos Santos, de 28 anos, fugiu do local do acidente na noite de 2 de janeiro sem prestar socorro à vítima. Ele só se apresentou na delegacia na última sexta-feira (9), depois que seu carro foi localizado em uma oficina mecânica da capital.
“É difícil falar alguma coisa para eles. Não tem o que falar, é só pedir desculpas. Eu me apresentei para pagar pelo meu erro e estou à disposição da Justiça. Foi um acidente. Acho que ninguém sai de casa para fazer isso, foi uma coisa que aconteceu e agora tem que esperar a Justiça decidir o que vai ser feito”, disse Luiz Henrique.
À polícia, Luiz assumiu o atropelamento, mas negou que transitava em alta velocidade no momento da colisão. Por outro lado, testemunhas que prestaram depoimento afirmaram que o veículo estava em velocidade incompatível com a via, o que foi confirmado por câmeras de segurança.
“Alegou que não estava em alta velocidade. Isso não corresponde à verdade, mas é a alegação dele. E alegou que percebeu que tinha atropelado uma criança, chegou em casa, contou para a tia o que estava acontecendo. Mas achava ele que ela não tinha entrado em óbito”, explicou o delegado Irineu Portes.
Sobre a omissão de socorro, Luiz Henrique declarou que não parou o veículo porque estava acompanhado de sua esposa e do filho de um ano. Além disso, na sequência, seus familiares teriam impedido que ele voltasse ao local.
“Eu estava com a minha mulher e meu filho dentro do carro. Minha mulher começou a gritar desesperada, meu filho começou a chorar e eu vim até a minha casa para deixar pelo menos o meu filho para poder voltar. Cheguei em casa, a minha tia viu o desespero, falou comigo, não deixou eu voltar. Na hora, ela falou que ia para lá e minha prima estava aqui e se ofereceu para ir lá prestar uma ajuda ou um socorro”, disse Luiz Henrique.
Em conversa com a RIC Record TV, a avó de Yohana já havia declarado anteriormente que o fato do motorista não ter parado o veículo é o que mais choca a família da menina.
“Para mim ele não é um ser humano. Ele é uma pessoa fria. Qualquer pessoa poderia ter acontecido de ele ter feito o que ele fez, mas ele deveria ter voltado no lugar e tentado, pelo menos, amenizar o erro que ele cometeu”, desabafou a avó.
Luiz Henrique deverá ser indiciado pelos crimes de homicídio, omissão de socorro e fraude processual porque tentou consertar o carro antes de entregá-lo à perícia. Ele foi responde em liberdade.
Nesta terça-feira (13), a Polícia Civil, informou ainda que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Luiz Henrique está suspensa.
O caso segue em investigação.
Menina é atropelada na Rodovia da Uva
Yohana, sua mãe, seus dois irmãos menores e uma amiga da família atravessavam a Rodovia da Uva quando a tragédia ocorreu. Conforme os relatos, Yohana estava segurando na mão da mulher, enquanto sua mãe empurrava um carrinho de bebê com seus dois irmãos. No entanto, o carrinho fechou de repente e, nesse momento, a jovem soltou a mão de Yohana para poder ajudar e a criança foi atingida pelo veículo nas proximidades do meio-fio.
A mulher nega que Yohana correu em direção a rua não tentou atravessar a rua ou correr, ela foi atropelada quando aguardava a prima auxiliar a mãe.
“Em momento nenhum ela correu, eu segurei ela com uma mão e peguei o Enzo com a outra. Em um descuidinho ela soltou da minha mão, eu fui pegar de novo e aquele carro apareceu do nada. A lanterna dele com certeza estava apagada porque a gente não viu sinal nenhum de carro”, relatou a prima.
Abalada, a mãe de Yohana que irá depor na delegacia nesta terça-feira (5) fez questão de ressaltar que todos poderiam ter sido atropelados.
“Infelizmente, foi a minha filha, mas podia ter sido todos nós. Eu ia perder a minha família, eu ia perder todos”, desabafou a mãe.