por Redação RIC.com.br
com reportagem de Nader Khalil da RIC Record TV, Curitiba

O homem que foi baleado por sua esposa em Curitiba morreu na madrugada desta terça-feira (19) no Hospital do Trabalhador. Wellington dos Santos foi vítima de dois disparos de arma de fogo e havia passado por pelo menos três cirurgias. 

Conforme a advogada Maria Rosangela Tristante, que representa a família da vítima, nos últimos dias de internamento, Wellington apresentava piora em seu quadro de saúde e os médicos que cuidavam dele já haviam avisado a família sobre sua situação delicada. 

“Ele havia perdido parte do pulmão, tinha passado por uma grande cirurgia bem complexa, estava já entrando em um quadro de infecção. Enfim, os termos técnicos eu não saberia esclarecer agora, mas a médica já havia dito que estava bem complicada a situação”, explicou Maria Rosangela. 

Wellington foi baleado na madrugada da última quarta-feira (13) no bairro Tatuquara. Na ocasião, segundo o depoimento de Daiane Maria da Silva, ela efetuou os disparos em legítima defesa, pois estava sendo ameaçada pelo marido. 

Rosilda dos Santos, mãe do jovem, não acredita na versão dada pela nora. Nesta segunda-feira (18), ela fez questão de entregar à polícia mensagens de áudios e vídeos que comprovam que o casal vivia um relacionamento conturbado, mas, mais do que isso, que Daiane costumava agredir o marido

Além disso, a mãe disse desconfiar da suposta tentativa de homicídio contra Daiane, pela qual o filho foi preso em 2020. Isso porque, na época, a mulher ligou para a sogra e contou uma história diferente do relato dado à polícia. Na ligação, ela teria afirmado que atirou contra o marido e não ao contrário.

“Várias vezes ela tentou matar ele já, não foi a primeira vez. Ela falou assim: ‘Dona Rosilda, o seu filho tem Deus no coração porque eu dei dois tiros nele e não acertei.’ E depois lá, ela mentiu para a Justiça que os tiros tinham vindo do mato”, contou Rosilda.

Entre as mensagens entregues está uma na qual a esposa comenta que irá voltar com o marido depois que ele sair da cadeia.

“Foi até melhor que aconteceu isso para o teu filho não cair nas drogas, porque teu filho estava revoltado. Deus escreve certo por linhas tortas. E pode ter certeza que do mesmo jeito que eu coloquei ele lá dentro [da cadeia], ele vai sair. A hora que ele sair, ele vai vir atrás de mim. Ele vai vir porque eu sou a mulher que ele ama. Outra, nós vamos até ter um filho, tá. Isso é só para a senhora ficar ciente”, declarou Daiane na ocasião.

Suspeita se apresenta na delegacia

A esposa de Wellington se apresentou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPP), de Curitiba, na sexta-feira (15). 

De acordo com as investigações, o casal vive um relacionamento agitado e, em junho de 2020, o marido já havia tentado assassinar a esposa. Na época, ele chegou a ser preso e, posteriormente, ganhou liberdade sob o uso de tornozeleira eletrônica. 

No entanto, após o homem sair da prisão, os dois reataram o relacionamento. Até que dois dias antes do crime, na segunda-feira (11), ele recebeu uma intimação sobre a tentativa de homicídio contra a companheira e novas brigas começaram.

“Segunda-feira, por conta desse caso anterior, ele recebeu uma intimação da Justiça e já nesse momento eles passaram a discutir. Já passou a ter uma agressão mais forte, nesse contexto de violência doméstica e familiar. Foi por isso que ele foi expulso de casa, ficou sem domicílio, perambulando pela rua. Dia 13 de madrugada, por volta da 1h, ele tentou entrar na casa de forma não autorizada, pulou o muro e ela teria uma arma de fogo”, relatou o delegado Victor Menezes.

Daiane conversou com a equipe da RIC Record TV e contou que chegou a pedir ajuda à polícia antes de tomar a atitude extrema. Mas como percebeu que nada iria ser feito, aceitou ficar com uma arma emprestada. 

“No outro dia eu fui até a Delegacia da Mulher para fazer outro B.O. contra ele, para ver se eles tomavam alguma providência senão ele iria fazer alguma coisa para mim sim, ele estava muito agressivo, muito alterado. Quando eu cheguei na delegacia, fiz o B.O. e vi que não iriam resolver nada. Aí, quando eu cheguei em casa, uma amiga comentou que o marido tinha uma arma e eu queria ficar com a arma aquela noite, caso ele viesse. Eu aceitei”, disse a mulher.

Após prestar depoimento, a esposa foi liberada.

O caso segue em investigação.

19 jan 2021, às 13h06. Atualizado às 13h14.

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