Seria apenas um vírus que está “mutando”, ou uma “nova doença”? A ciência ainda não tem muitas respostas para a nova variante do coronavírus que está circulando no Brasil, chamada de P1. Mas a nova cepa vem preocupando os gestores de saúde, que ainda não sabem ao certo o que vai ser do sistema de saúde nos próximos dias.
Vinícius Filipak, diretor de Gestão em Saúde, na Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa), conversou com a equipe de reportagem do RIC Notícias na tarde desta segunda-feira (08). Demonstrando angústia, ele disse, sobre a nova variante, que 25% das pessoas que internam no hospital, seja enfermaria ou UTI, vão a óbito (até então, a estatística de óbitos era de 2% de quem internava na UTI). “A despeito de todo o tratamento que recebam. Com medicamento A, B ou C, eles vão a óbito”, lamentou o diretor.
Filipak ainda revelou que houve um aumento de 85% nas internações. “Se internávamos 100 pessoas em UTI, em novembro do ano passado, agora em fevereiro, no mesmo período, estamos internando 185 pessoas“, alertou o gestor. A fila de pessoas aguardando um leito hoje, no Paraná, era de 1.071 pessoas, das quais 519 estão na fila da UTIs e 552 de enfermaria.
Mesmo com a ampliação dos leitos de enfermaria e UTI no Estado, a lotação – que chegou a 97% das UTIs SUS no Paraná, nesta segunda-feira – é preocupante. O Paraná tem, hoje, 1.490 leitos de UTI ativos, exclusivos COVID. “Isso é mais do que sempre tivemos em leitos de UTI para tratar todas as doenças. Mais que dobramos a capacidade do sistema de saúde para tratar a doença. Mas isso não é suficiente. Porque há mais pessoas doentes do que disponibilidade de leitos”, lamentou Filipak.
Veja o depoimento do gestor de saúde no Ric Notícias: