Uma jovem foi decapitada pelo próprio pai enquanto dormia, no dia 21 de maio, por ter fugido com seu namorado no condado de Talesh, no Irã,
De acordo com o jornal The Guardian, Romina Ashrafi, de 14 anos, escapou de casa com o homem de 29 anos, mas foi localizada pela polícia cinco dias depois.
Mesmo sob risco de ser morta em um “crime de honra”, ela foi conduzida novamente para a residência dos familiares e lá seu pai, Reza Ashrafi, tirou sua vida com uma foice agrícola.
Nas sociedades tradicionais do Oriente Médio, incluindo o Irã, em vez de considerar que um adulto atraiu uma criança, a culpa pelas fugas normalmente recai sobre as jovens por ‘macularem’ a honra de sua família.
Não foi informado o que aconteceu com o homem com quem a adolescente fugiu. Já o pai de Romina foi preso, mas não está claro por qual crime responderá.
A morte da garota foi amplamente coberta pela mídia iraniana em veículos reformistas, moderados e pró-governo.
Adolescente decapitada pelo pai causa revolta no país
O caso da garota que foi decapitada pelo pai causou revolta tanto dentro do Irã como internacionalmente. O presidente iraniano Hassan Rouhani pediu novas proteções para as mulheres e expressou “arrependimento” pela morte de Romina. Durante uma reunião de gabinete em Teerã, o mandatário “ordenou estudo e ratificação acelerados” de um projeto de lei que protege as mulheres contra a violência.
A Anistia Internacional condenou o assassinato e pediu às autoridades que garantam total “responsabilização” pelo crime.
“Pedimos às autoridades e legisladores do Irã que acabem com a impunidade pela violência contra mulheres / meninas e criminalizem a violência doméstica. Eles devem alterar o Artigo 301 do Código Penal para garantir uma prestação de contas proporcional à gravidade do crime, sem recorrer à pena de morte, “A Anistia disse em comunicado no Twitter, quinta-feira.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o artigo 301 reduz medidas punitivas para os pais envolvidos nos chamados “assassinatos por honra“.