Um homem armado com uma faca e gritando “Allahu Akbar” (Deus é o maior) decapitou uma mulher e matou duas outras pessoas em um ataque dentro de uma igreja da cidade francesa de Nice, nesta quinta-feira (29).

Em tom desafiador, declarando que a França foi vítima de um ataque terrorista islâmico, o presidente Emmanuel Macron disse que mobilizará mais soldados para proteger instalações essenciais, como locais de culto e escolas.

Falando no local do ataque, ele disse que o país foi atacado “devido aos nossos valores, por nosso gosto pela liberdade, pela capacidade de se ter liberdade de crença em nosso solo”.

“E volto a dizer com muita clareza hoje: não cederemos nenhum terreno”, afirmou.

Na Arábia Saudita, a televisão estatal noticiou que um saudita foi preso na cidade de Jidá depois de atacar e ferir um guarda no consulado francês. A embaixada francesa disse que o guarda foi hospitalizado depois de um ataque com faca, mas que não corre risco de morte.

Horas depois do ataque em Nice, a polícia matou um homem que ameaçava transeuntes com uma arma de fogo em Montfavet, perto de Avignon, cidade do sul da França.

O jornal francês Le Figaro citou uma fonte da procuradoria segundo a qual o homem está passando por um tratamento psiquiátrico e esta não acredita que ele tinha motivação terrorista.

O prefeito de Nice, Christian Estrosi, disse que o ataque em sua cidade ocorreu na igreja de Notre Dame e que foi semelhante à recente decapitação do professor Samuel Paty, que usou caricaturas do profeta Maomé em uma aula, perto de Paris.

Os ataques desta quinta-feira, o aniversário do profeta Maomé, aconteceram em um momento de revolta muçulmana crescente com a defesa da França ao direito de publicar as caricaturas, e manifestantes denunciaram o país em manifestações de rua em vários países de maioria muçulmana.

Após o atentado em Nice, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, elevou o alerta de segurança nacional para seu nível mais alto.

Policiais munidos de armas automáticas montaram um cordão de segurança ao redor da igreja. Ambulâncias e veículos dos bombeiros também estavam presentes.

O ataque ocorreu perto das 9h (horário local), quando o homem entrou na igreja e cortou a garganta do sacristão, decapitou uma idosa e feriu gravemente uma terceira mulher que morreu posteriormente, de acordo com uma fonte da polícia.

A França ainda está se recuperando do assassinato do professor Paty, de origem chechena, em um subúrbio de Paris no início deste mês. O agressor disse que queria punir Paty por mostrar aos alunos desenhos do profeta Maomé.

A França, com a maior comunidade muçulmana da Europa, sofreu uma série de ataques de militantes islâmicos nos últimos anos, incluindo explosões de bombas e tiroteios em 2015 em Paris que mataram 130 pessoas e um ataque de 2016 em Nice, no qual um militante roubou um caminhão e atropelou uma multidão à beira-mar comemorando o Dia da Bastilha, matando 86.

tagreuters.com2020binary_LYNXMPEG9S1N7-BASEIMAGE

29 out 2020, às 14h06. Atualizado às 14h37.
Mostrar próximo post
Carregando