Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (26) haver uma “possibilidade” de o presidente do PP e senador, Ciro Nogueira (PI), assumir o comando da Casa Civil, após ter confirmado a escolha de uma das principais lideranças do centrão para o cargo na semana passada.

Previsto para se encontrarem nesta segunda, Bolsonaro e Ciro devem se reunir na terça-feira (27) para decidirem a indicação. A assessoria do senador confirmou ter havido um atraso de um voo dele e que só chegará a Brasília na noite desta segunda.

Em entrevista a uma rádio do Paraíba, o presidente defendeu a eventual escolha do presidente do PP, mesmo o senador sendo alvo de investigações criminais e a escolha dele quebrando a promessa de campanha de só nomear para o primeiro escalão quadros técnicos.

“Os ministérios mais importantes continuam por critério técnico. Tem uma possibilidade agora de o Ciro Nogueira assumir o Ministério da Casa Civil, a Casa Civil não tem orçamento em suas mãos, faz a articulação com o Parlamento e nós entendemos que um político –no caso um senador– poderia fazer melhor essa articulação com o Parlamento, por isso essa aproximação com o Ciro Nogueira”, disse ele.

O presidente destacou que se Ciro ou qualquer outro ministro for julgado e condenado, será afastado do governo, mas ressalvou que “no momento é o que tenho aqui em Brasília” para governar.

“Se eu afastar do meu convívio parlamentares que são réus ou recebem inquéritos, eu perco quase metade do Parlamento”, disse ele.

Na semana passada, Bolsonaro havia confirmado que Ciro Nogueira (PP-PI) tinha aceitado seu convite e deveria assumir a Casa Civil de seu governo.

Em entrevista uma rádio do Paraná, o presidente confirmou que as mudanças ministeriais aconteceriam nesta semana e incluiriam, além da nomeação de Ciro Nogueira para a Casa Civil, a mudança de Luiz Eduardo Ramos para a Secretaria-Geral da Presidência.

O atual ministro da pasta, Onyx Lorenzoni, deve ser deslocado para um novo ministério do Emprego e Previdência, a ser criado a partir do desmembramento do Ministério da Economia.

A reforma ministerial –a se confirmar– ocorre no momento em que o presidente atravessa uma baixa popularidade em meio a críticas ao enfrentamento à pandemia de Covid-19 e denúncias sobre possível corrupção no governo na negociação por vacinas, além de estar atrás em pesquisas de intenção de voto para a sucessão ao Palácio do Planalto em 2022.

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26 jul 2021, às 18h48. Atualizado em: 21 jun 2022 às 12h29.
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