NOVA YORK/LONDRES (Reuters) – Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE terminaram a volátil sessão desta sexta-feira em queda, pressionados por algumas liquidações de posições compradas por fundos em meio à piora nos mercados financeiros devido ao aumento do número de casos de Covid-19.
Já o café robusta avançou para o maior nível em um mês, diante de preocupações com danos sobre os cultivos do Vietnã após fortes tempestades no país.
AÇÚCAR
* O contrato março do açúcar bruto fechou em queda de 0,04 centavo de dólar, ou 0,3%, a 14,36 centavos de dólar por libra-peso, ampliando as perdas frente à máxima de oito meses atingida na terça-feira, de 15,04 centavos.
* Operadores disseram que os fundos têm reduzido parte de uma enorme posição comprada em açúcar bruto, com o apetite por ativos de risco diminuindo diante do cenário cada vez mais sombrio para a economia.
* “A mudança de perspectiva dos investidores sobre os mercados em geral pode se provar como o fator de estagnação do rali do açúcar”, disse Tobin Gorey, analista do Commonwealth Bank of Australia, em nota.
* O açúcar branco para dezembro avançou 3,90 dólares, ou 1%, para 390,50 dólares a tonelada.
CAFÉ
* O contrato janeiro do café robusta fechou em alta de 14 dólares, ou 1%, a 1.351 dólares por tonelada, impulsionado por preocupações de que fortes tempestades possam danificar a safra do Vietnã, maior produtor global da variedade.
* O contrato janeiro chegou a tocar o maior nível desde 28 de setembro, sendo negociado a 1.381 dólares por tonelada.
* Fortes chuvas e ventos causados por um tufão atingiram importantes áreas produtoras de café do Vietnã nesta semana, representando uma ameaça à colheita do país, conforme disseram operadores na quinta-feira.
* O café arábica para dezembro recuou 0,2 centavo de dólar, ou 0,2%, para 1,044 dólar por libra-peso.
* A consultoria Safras & Mercado disse que tradings de commodities estão revisando para cima suas estimativas para a safra de café deste ano no Brasil, que chegam a 72 milhões de sacas.
* A Safras acrescentou, porém, que em 2021 a produção pode recuar para menos de 60 milhões de sacas e que o mercado ainda não precificou essa redução.
(Reportagem de Marcelo Teixeira e Nigel Hunt, com reportagem adicional de Roberto Samora, em São Paulo)