O júri popular de Everton Vargas, acusado de matar a youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos, que ocorreria na próxima segunda-feira (07), teve que ser suspenso por causa de um erro processual. Uma peça importante para o caso, a reconstituição do crime, não foi anexada aos autos. Além desta decisão, a juíza Cristiane Dias Bonfim Godinho, do Tribunal do Júri em Pontal do Paraná, revogou a prisão domiciliar de Everton.

A recontituição do crime foi realizada no dia 22 de fevereiro de 2018, poucos dias após o crime. Apesar disto, todo o material analisado pela Polícia Civil no local do crime não tinha sido anexado aos autos do processo, até o momento. E nele há provas importantes do caso, importantes para o andamento do júri popular.

Thaise Mattar Assad, advogada que atua como assistente de acusação, se pronunciou sobre o adiamento. Ela diz que as provas da reconstituição são importantes para demonstrar a culpa de Everton, como por exemplo, mostrar que o carro da vítima não estava em alta velocidade, tampouco realizou manobra conhecida como “cavalo de pau”. As imagens também provam que o acusado Everton teria desembarcado do veículo para ter ângulo para efetuar os disparos. A advogada ressaltou que ter estas provas em plenário evita que o júri seja anulado e evita gastos públicos desnecessários.

“O processo estava errado, imperfeito sem as provas que contavam. Isso interessa tão somente aquelas que advogam a punição em homicídio qualificado de Everton Vargas. Nós queremos um julgamento justo e vamos trabalhar por isso. E a Justiça tem nos respondido. Um julgamento e jamais um linchamento”, disse o advogado Cláudio Dalledone, que defende Everton Vargas.

Em liberdade

Além disto, a juíza acatou o pedido da defesa do réu e revogou a prisão domiciliar de Everton. Ele estava usando tornozeleira eletrônica desde janeiro do ano passado. Mas como tem cumprido todas as medidas cautelares impostas, a juíza entendeu o bom comportamento do réu e decidiu que ele pode aguardar a nova data do júri em liberdade e sem a monitoração eletrônica.

A juíza explicou na decisão que, quando todas as pendências estiverem sanadas no processo, nova data do júri será marcada.

Crime

Isabelly foi morta em fevereiro de 2018 na PR-412, rodovia que liga Praia de Leste à Pontal do Sul. A jovem, à época com 14 anos, voltava de uma gravação de uma casa de shows no Balneário Shangri-lá quando houve o desentimento no trânsito, na altura do Balneário Primavera. Everton atirou contra o carro em que estava a jovem e a atingiu na cabeça. Isabelly chegou a ser internada no Hospital Regional, em Paranguá, cidade onde morava, mas teve morte encefálica constatada no dia seguinte.

4 mar 2022, às 18h59. Atualizado em: 5 mar 2022 às 12h49.
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