Após ser adiado em quatro oportunidade, o júri popular de Alisson Ferraz Barbosa, acusado pelo assassinato da ex-esposa Elza Ribeiro Micharski, de 22 anos, será realizado a partir das 8h desta quinta-feira (25), em São Mateus do Sul, na região sul do Paraná. O crime aconteceu no dia 5 de maio de 2019 e o réu chegou a confessar o crime.

A morte de Elza Micharski chocou a cidade de São Mateus do Sul. A jovem foi agredida em praça pública com golpes de barra de ferro. Depois de ferir a companheira, o suspeito ainda teria atropelado a vítima com o carro. O homem chegou a fugir, mas foi preso.

Elza e Alisson foram casados (Foto: Reprodução)

Alisson foi indiciado, pelo Ministério Público do Paraná (MP/PR), pelo crime de homicídio com quatro qualificadoras. São elas: motivo torpe, meio cruel, resurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

Nesta quinta-feira (25), os representantes da família de Elza esperam que o réu seja condenado. “Esperamos que os jurados condenem o Réu com todas as qualificadoras impondo a pena máxima”, declarou o advogado Igor Ogar, ao chegar ao Tribunal do Júri.

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Igor Ogar representa a família de Elza (Foto: Colaboração)

O RIC Mais tenta contato com a defesa de Alisson.

Acompanhe o júri popular ao vivo

Relembre o caso

Alisson foi casado com a vítima por sete anos e não aceitava o fim do relacionamento entre os dois. Antes de ser morta, Elza registrou diversos boletins de ocorrência contra o ex-companheiro, que costumava ameaçá-la e segui-la pela cidade após o término. 

Uma medida protetiva chegou a ser imposta pela Justiça, mas nunca foi respeitada pelo homem. Devido ao descumprimento recorrente e às ameaças de morte, a Polícia Civil abriu um inquérito sobre o caso, no qual o delegado solicitou a prisão preventiva de Alisson. No entanto, o pedido foi negado pelo Ministério Público

No dia do crime – que ocorreu em uma praça pública da cidade, no dia 5 de maio de 2019 – Alisson desceu do carro com uma barra de ferro e começou a espancar a mulher, por ela estar conversando com amigos. 

Barra de ferro utilizada nas agressões contra Elza (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Após ser atingida na cabeça, Elza desmaiou e, foi então, que Alisson passou com seu veículo duas vezes em cima do corpo da ex-esposa. Ela chegou a ser socorrida e levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. 

Alisson fugiu da cena do homicídio, mas foi preso pouco tempo depois. Em depoimento, prestado ainda em 2019, ele confessou o crime e não disse estar arrependido. 

“Eu passei por ela de carro, fiz o balão na praça, estacionei o carro e daí fiquei parada uns cinco minutos só olhando. Daí, esse cara chegou mais perto dela, como eu já estava nessa situação, eu acelerei o carro e parei o carro no meio da via pública. Esse rapaz pulou o muro, não sei para onde foi. Aí, eu desci já com a barra de ferro na mão, daí já dei uma na cabeça dela, ela caiu, eu já dei mais umas duas três, peguei o carro, passeio por cima, não sei se foi da cabeça dela e dei a ré, passei por cima de volta e fui embora”,

contou Alisson, na época. 

Socorristas que atenderam a mulher afirmaram, na ocasião, que não foram as pancadas na cabeça que tiraram sua vida, mas sim o atropelamento. Conforme eles, as rodas do carro passaram por cima do tronco de Elza, esmagaram o tórax e quebraram as costelas que, consequentemente, perfuraram órgãos internos.

Veja parte do depoimento do réu

25 nov 2021, às 08h00. Atualizado às 09h07.
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