por Caroline Maltaca
com supervisão de Caroline Berticelli

Flavio Acosta Riveros foi condenado a 36 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Curitiba na quinta-feira (2). O homem é acusado de ser um dos responsáveis pelo assassinato do jornalista paraguaio Pablo Medina Velázquez e de sua assistente Antónia Maribel Almada Chamorro, mortos a tiros em uma emboscada em 2014.

O crime ocorreu em 16 de outubro, por volta das 14h30, na estrada rural que liga a cidade de Villa Ygatimi à Colônia Ko’e Porá, localizadas no Departamento de Canindeyú, no Paraguai. O caso ganhou grande repercussão no país vizinho, devido a motivação dele: o jornalista havia denunciado crimes de um tio do suspeito que era político.

De acordo com o Ministério Público do Paraná (MPPR), o jornalista e a assistente foram baleados dentro do carro em que estavam. No veículo, havia ainda uma irmã da assistente, que não foi atingida pelos disparos. Segundo as investigações, a participação do brasileiro no crime teria sido na execução do jornalista. De acordo com a Justiça, Flavio agiu ao lado de um tio paraguaio, a mando de um outro tio que era político e estava se candidatando a prefeito.

Na época, o tio político do suspeito estava sendo constantemente denunciado pelo jornalista sobre uma suposta ligação com o narcotráfico e envolvimento em homicídios nas regiões paraguaias de Villa Ygatimi e Ypejhú. O jornalista paraguaio publicou diversas reportagens no ABC Color que iam contra o político. Tal atitude, resultou em ameaças de morte e até mesmo, no crime em si.

A trajetória do suspeito

Segundo o MPPR, após praticar o crime no Paraguai, Flavio regressou ao Brasil, mas foi preso em Pato Branco, no sudoeste do estado, em janeiro de 2016. Inicialmente, a denúncia contra ele foi feita pela Justiça Federal, mas o caso foi posteriormente repassado à Justiça Estadual, com a previsão legal de que o júri ocorresse na capital paranaense. Foi assim que, o Ministério Público do Paraná assumiu a acusação.

Condenação

Entre as acusações feitas pelo MPPR em relação ao caso, que foram aceitas pela Justiça, estão:

  • Uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, motivo torpe (vingança contra o jornalista e com o objetivo de garantir a impunidade de outros crimes);
  • Uso de emboscada;

De acordo com o MPPR, para concretizar a emboscada, segundo a denúncia, o brasileiro e seu tio usaram vestimentas militares, fingindo ser autoridades paraguaias para simular uma blitz viária e dar ordem de parada ao jornalista. Após se certificarem de que o motorista se tratava realmente de Pablo, os criminosos dispararam contra os ocupantes do carro. O jornalista morreu no local, e sua assistente faleceu a caminho hospital.

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3 dez 2021, às 16h15.
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