por Isadora Deip
com supervisão de Guilherme Fortunato

A ilustradora Kaol Porfírio teve uma surpresa ao alugar um imóvel em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul: descobriu que o local era um “Dopinho”, estrutura paramilitar usada para tortura durante o regime militar de 1964. A publicação em que a ilustradora conta o caso viralizou no Twitter nesta terça-feira (2).

Kaol procurou o imóvel para se hospedar durante um evento na cidade e, após ter a primeira reserva cancelada, encontrou o anúncio de outro imóvel em uma plataforma de reserva de acomodações, descrito como “Linda casa de época moderna”. A ilustradora só descobriu que o local era um centro de tortura após ler um feedback de outra pessoa que alugou o local.

“No início do feedback ele fala de ser um lugar “pesado” e eu não ligo para isso mesmo, não acredito nessas coisas. Mas no fim do feedback ele fala o porque e que tem até placa…”,

afirmou Kaol no post do Twitter.

A placa, instalada pela Prefeitura de Porto Alegre, informa que o “Dopinho” foi o primeiro centro clandestino de detenção do Cone Sul, sendo usado para sequestro, interrogatório, tortura e extermínio de “pessoas ordenadas” pelo regime militar de 1964.

Segundo a placa, o local era comandado pelo major Luiz Carlos Menna Barreto e as torturas eram praticadas por 28 militares, policiais, agentes do DOPS e civis.

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Placa instalada no imóvel usado como “Dopinho” | (Foto: Reprodução/Twitter @kaol_)

Anúncio do imóvel foi retirado da plataforma de reservas

Nesta quarta-feira (2), Kaol postou uma atualização sobre o caso no Twitter. Segundo a ilustradora, o anúncio do “Dopinho” foi retirado da plataforma de reservas.

Confira outras publicações de Kaol sobre o imóvel:

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3 ago 2022, às 18h37.
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